segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Vamos fazer omeletes!

2009 foi um grande ano para a música brasileira! Não acredita? Dê uma olhada aí no OVO, num postal que já é uma tradição dessa instituição da cultura em português: http://euovo.blogspot.com/2009/12/retrospectiva-2009-os-melhores-do-ano.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A voar com o Manuel António Pina



Quando posso leio com prazer a prosa diária do Manuel António Pina no JN (Opinião - Jornal de Notícias). E por vezes sou impelido a partilhá-la apenas porque é possível, fácil e barato. É uma atitude. E gostei especialmente destes 1100 caracteres.


A voar para Lisboa


Nunca vi (ouvi e já me chegou) nenhuma das Red Bull Air Races que, de há uns anos para cá, enxameiam regularmente os céus do Porto com aviões de corrida e os ouvidos dos portuenses com o ruído dos motores e a algazarra da publicidade. Não tenho nada contra quem gosta de coisas do género, mas ficar horas a fio de nariz para o ar a ver aviões passar não é decididamente o meu divertimento favorito. Irrita-me também a natureza provinciana de "acontecimento" que a Câmara do Porto dá à coisa. Mas irrita-me mais o provincianismo dos patrocinadores e do Instituto de Turismo de Portugal (porque aparentemente há dinheiros públicos e, portanto, opções políticas, envolvidos no assunto) que, vendo que a corrida levou este ano um milhão de pessoas às margens do Douro, acharam que seria boa ideia transferi-la para o Tejo e para… Lisboa. É em casos menores como este que o centralismo mostra a sua face mais mesquinha. Se o problema é o Porto ter algo que Lisboa não tem, um dia destes veremos a Torre dos Clérigos deslocalizada para o Terreiro do Paço. E com ela, valha-nos isso, talvez até o próprio Rui Rio.




terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tudo o que você sempre quis saber sobre... mas nunca teve coragem de perguntar

Estes 13 minutinhos são preciosos! A situação do serviço público de televisão em Portugal é tão mau, que estes 13 minutinhos impressionam pela simplicidade e eficácia. Oxalá houvesse mais minutinhos como estes na nossa RTP!

Porreiro, pá!


Hoje assinala-se a restauração da independência de Portugal, que teve lugar em 1640. Uma data, que além de feriado, só podemos assinalar com uma grande ironiazinha: uma ironia à portuguesa! Hoje é também a data escolhida para a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, um tratado da União Europeia, que nos tira mais um bocadinho de soberania. Os jornalistas estão a dizer que vamos ter uma “Europa mais forte”, uma “Europa mais firme”, ampliando a mensagem dos eurocratas e dos nossos políticos.

Não temos muito para festejar. Como festejar um tratado que nos tira mais soberania e poder de decisão? Que nos afasta mais dos centros de decisão da Europa? Com bombas?

Só me lembro das empresas multinacionais que saem do país, para se instalar noutros com mão de obra ainda mais barata, deixando um rasto de desemprego, de conhecimento desperdiçado, e de riqueza perdida; das empresas de ponta que se instalam em Portugal a prazo, com o alto patrocínio dos nossos governantes, deslocando depois a tecnologia para longe, levando com elas uma economia de escala, cuja ausência vai levar ao despovoamento do interior, movendo as pessoas para o litoral, aumentando a pressão sobre o ambiente, sobre a segurança, aumentando a pobreza e a desigualdade, promovendo o individualismo.

E ainda convidamos os nossos amigos históricos da América Latina para assistir à perda de mais um bocadinho do nosso poder de escolha. Não sei quem é que disse que somos um país falhado… É uma frase violenta, muito violenta para um português que conta 900 anos de soberania, 900 anos de construção de um povo. Temos que lutar para que essa frase seja mentira.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

XXIX encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social 2009

Sexta e sábado, dias 13 e 14 de Novembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Veja aqui o cartaz e sítio da associação(pdf), e aqui o programa completo.

Actualização de mega postal Marques da Silva: "Adolescer num liceu do Porto", por Luís Grosso Correia, comunicação no dia 13 de Novembro na FLUP/APHES2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Busto escondido com rabo de fora


-->Este texto foi publicado em Janeiro de 2005 no jornal «O Primeiro de Janeiro», num suplemento concelhio chamado «Concelho Maia» e no corpo principal do periódico na semana seguinte. Não consigo identificar a data precisa da publicação. Muita coisa mudou entretanto. O edifício da cooperativa, que ainda pertence à Câmara da Maia, foi emparedado, já que corria risco de incêndio, era local de abrigo de toxicodependentes.  A autarquia ofereceu o edifício ao Estado, para um posto da PSP; a adaptação do edifício chegou a estar em PIDDAC, mas nunca foi concretizada. O vereador da Cultura da Maia, Mário Nuno Neves, permanece no cargo, foi reeleito em Outubro deste ano nas listas do PSD, como independente. Deixou o CDS/PP pouco depois da publicação deste artigo. Maia Marques, também professor universitário, e Armando Tavares permanecem funcionários da autarquia. O livro citado no texto pode ser consultado na Biblioteca Municipal da Maia. O busto mantém-se em cima do cofre. A foto principal é do José Freitas, as outras  duas foram captadas por telemóvel. O texto é o original e pode conter algumas gralhas.

Imagem de Karl Marx encimava o edifício da extinta Cooperativa Popular de Moreira da Maia



 

O mistério do busto enterrado



Paulo Almeida
Parece um troféu. Um busto de Karl Marx esculpido num bloco de granito de cerca de um metro de altura. Está pousado em cima do cofre no gabinete do único vereador do PP no executivo da Câmara da Maia. “Está a guardar o capital”, graceja Mário Nuno Neves, que colou uma pequena fotocópia do fac simile da primeira edição de “O Capital” na porta do cofre.

O busto é uma peça esculpida de propósito para ser vista de baixo para cima, já que encimava a porta do edifício da Cooperativa Popular de Moreira da Maia, construída no tempo recorde de um ano. A primeira pedra foi lançada no dia 1 de Maio de 1925 e o prédio, com um traço moderno, ficou concluído 12 meses depois. Não se conhecem fotografias da fachada da cooperativa com o busto, mas admite-se que existam. Também não se sabe quanto tempo o busto de Karl Marx permaneceu no frontispício da cooperativa que nasceu como Casa do Povo de Moreira da Maia. Vinte e oito dias depois da sua inauguração deu-se o golpe de Estado militar, liderado por Mendes Cabeçadas, que instaurou a censura prévia e abriu caminho à ditadura de António Salazar, alguns anos depois.

up to a new level

A partir desta data o blog Meios de Produção passa a editar textos do jornalista português Paulo Almeida, material de arquivo, já publicado, e textos novos, todos eles devidamente identificados como material jornalístico. Os textos e algumas fotos podem ser usados por outros meios, embora devam referir a origem, uma vez que estão protegidos por direitos de autor.
Todos os marcadores do Meios de Produção serão reformulados no futuro.

domingo, 8 de novembro de 2009

mega postal arquitecto Marques da Silva

A Ordem dos Arquitectos, secção Regional do Norte, promoveu ontem, integrada no ciclo Obra Aberta Marques da Silva, uma visita ao antigo Liceu D. Manuel II/Rodrigues de Freitas (actualmente Escola Secundária Rodrigues de Freitas, sede de agrupamento, e Conservatório de Música do Porto).

O antigo liceu foi o mais importante do norte do país e continua a ser o maior de Portugal, actualmente com uma área construída de cerca de 20 mil metros quadrados, de acordo com Manuel Fernandes de Sá. (Quem foi Rodrigues de Freitas)
(aspecto do pátio traseiro do edifício original, já com as alterações dos anos 1950)

A entrada principal da escola confronta-se com o antigo Liceu Carolina Michaëlis. Não parece ser por acaso: cá em baixo ficava a escola dos rapazes, lá em cima a das raparigas. O “Carolina” só passou a escola mista em 1979. (Sobre as escolas femininas do Porto e o ensino em Portugal, entre os séculos XIX e XX, ver Luis Grosso Correia.) (actualização, 12 Nov. 2009: "Adolescer num liceu masculino (1950-1973): estudo de caso", Luís Grosso Correia, Comunicação APHES2009).


(esq. projecto eureka, de marques da silva, não construído; dir. plano actual) 

A visita foi guiada pelos arquitectos Gonçalo Canto Moniz e Manuel Fernandes de Sá, este último autor do projecto de reestruturação e reconversão do antigo liceu e também do projecto em curso na escola Carolina Michaëlis.

 
(Manuel Fernandes de Sá, esq.; Gonçalo Canto Moniz, dir.)
Ambos deram conta de soluções inovadoras utilizadas por Marques da Silva, prosseguidas hoje na construção de escolas. Em concreto, a iluminação natural, que na solução de Marques da Silva surge em corredores de acesso às salas de aulas, com ligação a pátios interiores. Aspecto a merecer referência são os pilares de suporte do telhado da antiga piscina e do pavilhão de ginástica, inovadores para a época.
(os corredores, as condutas no tecto) 
A escola sofreu diversas intervenções ao longo dos anos; na década de 1950 foi ampliada, ganhando mais um piso. De qualquer forma, a maior intervenção desde a sua construção data de 2007-2009, tendo o espaço lectivo sofrido uma total modernização, adequando as salas de aula às novas tecnologias (todas as salas estão equipadas com data show), dotadas de isolamento térmico e acústico. Uma das soluções encontradas por Fernandes de Sá foi a colocação à vista de todas as condutas de ar forçado, electricidade, gás, etc., o que lhe confere actualmente um curioso ambiente fabril (“Fábrica de Ensino”, diriam alguns).
 
(antiga piscina e tecto; o fosso da piscina permanece sob o soalho)
A instalação do Conservatório de Música do Porto, na ala poente do edifício, veio conceder outras funcionalidades ao conjunto, alargando também os modelos de ensino. Foi criada uma escola do 1.º ciclo no espaço exterior/sul, para crianças com aptidões musicais, bem como uma sala de espectáculos/ensaio, com capacidade para eventos públicos, e biblioteca musical. A ala nascente/sul, afecta à escola secundária, ganhou um pavilhão desportivo coberto, com bancada. Entre estes dois pólos exteriores fica um campo desportivo ao ar livre.
(pavilhão desportivo e sala de ensaio do Conservatório, novos pólos construídos)
O liceu Rodrigues de Freitas sempre foi um ex-libris da cidade, confirmado pelos antigos alunos. Um velho amigo, A., que por lá passou entre as décadas de 1970-80, mostrou-me várias vezes com orgulho a marca deixada por uma bala disparada pela polícia de choque, num dos gradeamentos do liceu. Após o 25 de Abril de 1974, as autoridades foram chamadas várias vezes para travar as batalhas campais entre estudantes, por motivos políticos. Não usavam balas de borracha. Não me lembrei de verificar se a marca ainda lá estava, mas creio que não, o gradeamento parece ter sido intervencionado.
(fachada interior/traseira do edifício, conjunto construído na década de 1950)
Marques da Silva (1869-1947) é um dos mais importantes arquitectos portugueses de todos os tempos, com obra visível na cidade do Porto, na viragem do século XIX, mas com relevância primordial nas primeiras décadas do século XX. Uma série de prédios da Avenida dos Aliados, tal como o Teatro Nacional de São João (1909) e a estação de S. Bento (1896-1916), são da sua autoria. Mas também o monumento aos Heróis das Guerras Peninsulares (1909), na Rotunda da Boavista (em co-autoria), o bairro O Comércio do Porto (1899), os Grandes Armazéns Nascimento/Galerias Paladium (1914), onde actualmente está a Fnac, ou os jardins e Casa de Serralves (1932/1925-1943) (em co-autoria).  
A próxima etapa da Obra Aberta Marques da Silva é a 21 de Novembro e é um acontecimento. Visita-se a casa-atelier do autor, na Praça do Marquês de Pombal, “que está praticamente como ele a deixou”. Prevê-se para breve uma intervenção no imóvel.
 
 (fotografia de Marques da Silva retirada de up.pt)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Claude Levi-Strauss (1908-2009)












(imagem retirada de fabiaolima.wordpress.com)


[ouvindo o estrangeiro, caetano veloso, in o estrangeiro, 1989]

domingo, 1 de novembro de 2009

António Sérgio (1959-2009)


Os meus primeiros contactos com as rádios FM foi a ouvir a Rádio Comercial e o programa de Luís Filipe Barros, "Rock em Stock". Mas algum tempo depois descobri o "Som da Frente", do António Sérgio. Imbatível! Era o melhor que havia. Mostrou-me músicas e bandas que me acompanharam sempre. Depois veio a X-FM, esse incrível projecto radiofónico para uma imensa minoria, que terminou face às mãos do capitalismo selvagem, incapaz de promover um espaço de cultura musical moderna num pequeno país como Portugal. A X-FM tinha milhares de seguidores no Porto e em Lisboa, mas isso não era suficiente para os patrões dos media. Tinha que fechar ou adoptar o modelo das play-list, da rádio formatada. Claro, fechou, deixou muitas saudades e um mito. António Sérgio fazia os programas da manhã, o espaço nobre da rádio. Depois veio a "Hora do Lobo", novamente na Comercial, com um António Sérgio mais critico, interventivo. O programa foi extinto. Luiz Montez deu-lhe uma mão e levou-o para a Radar FM e já só era possível ouvi-lo em Lisboa. António Sérgio morreu hoje, aos 59, vitima de um súbito ataque de coração. Foi o principal divulgador de música pop-rock não-comercial. Foi uma presença constante em várias gerações de jovens e adolescentes. Também da minha geração.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Un ou deux semaines en français!

Jeanne Balibar faz parte do conjunto restrito de actrizes-cantoras que povoam o nosso imaginário “fashionable”. Os românticos do século XIX chamar-lhes-iam musas. Não preciso de nenhum rótulo, mas chamo-lhes belas actrizes cantoras.

Pedro Costa não lhe resistiu e fez-lhe um filme. Nada de novo no universo de Pedro Costa, depois de “No Quarto da Vanda” ou de “Onde Jaz o Teu Sorriso?”. É o universo de Pedro Costa: como ele próprio disse, são as suas estrelas.

Costa e Balibar rencontraram-se na ante-estreia de “Ne Change Rien”, em Serralves. Ter-se-ão encontrado no dia seguinte, também em Serralves, no concerto da bela actriz-cantora. Foi um belo presente francês; francês, cada vez mais curto no mundo, certamente mais curto em Portugal. Em Lisboa foi Birkin, no Porto Balibar.

Merci France!

Ouça aqui a bela actriz-cantora Jeanne Balibar

[imagem retirada de www.allposters.com]







Breve lista de outras belas actrizes cantoras:
um presente da Charlotte:


dois momentos de "Ne Change Rien" enviados por cineluso
http://www.youtube.com/watch?v=XVbndxHyiXg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=vrFBKrJJY_g&feature=related

[Para breve, impressões da passagem pelo Porto dessa outra musa Agnés Varda]

Gripe dos Pobres

Sou pai de um menino de seis anos. Eu e a minha mulher trabalhamos o dia todo para podermos pagar um apartamento na periferia da cidade do Porto. Não esquecendo o carro, que a minha mulher usa para deixar o pequeno na escola e trabalhar numa fábrica em Gondomar.

Ontem o nosso filho apareceu com febre. Telefonei para a Linha de Saúde 24. Disseram-me para não o levar à escola.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Menina não entra!

Desde há quatro, cinco anos que em Portugal as eleições para qualquer órgão político têm que incluir listas paritárias, ou seja, têm que incluir mulheres e homens em lugares elegíveis. A ideia do legislador (partidos da Assembleia da República) foi atrair as mulheres para a política e acabar com a hegemonia do cromossoma Y. Mas nas últimas eleições autárquicas, como seria de esperar, houve algumas originalidades. E entre as maiores foram as três listas a freguesias constituídas só por mulheres. Obviamente que é uma ilegalidade, mas as listas-só-de-mulheres foram noticia não por serem ilegais, mas porque não tinham homens! Se fosse o contrário, listas-só-de-homens, seriam também notícia, mas por serem ilegais!


O Filinto não deixou passar esta originalidade e ainda bem:

http://filintomelo.net/1792156.html



[ouvindo nasty gal, betty davis, in nasty gal 1974]

sábado, 10 de outubro de 2009

melhores postais de 2009 (I)

Obama poster

I believe the nobel prize to president Obama is a way to the academy tell the world that we – democracies and development countries – don’t want more bushes, barrosos, aznares and blairs changing world order in deceiving, lying, war, which results are shown in energy consumption, increasing poverty in development and under development countries, inequality and injustice.

Could Obama change all that? Well, there’s a chance now, a vibe of hope. At least, until next year.

[ouvindo total response, horace silver, in united states of mind, 1971]

domingo, 9 de agosto de 2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Panoramas do jornalismo português na silly season (I)

A jornalista da SIC, em directo, numa rubrica nova onde já se faz o balanço do ano de 2009 [Tudo bem, foi uma série de reportagens sobre imobiliário], pergunta ao promotor imobiliário: “Que medidas exigem do governo para pôr fim à crise? (cito de memória). Whatahell? Mas a jornalista é parva?


O interlocutor vendia apartamentos com preços a começar no milhão de euros, tinha já vários contratos promessa (sinais) e recebia esses valores sem que os compradores necessitassem de recorrer ao crédito! Ali não havia crise, mas a jornalista sentiu-se no direito de perguntar o que é que esta elite exige do governo! Francamente, a jornalista (ou os seus editores) está a dormir ou a fazer o frete aos ricos de Portugal, que são a minoria; e nada diz(em) sobre quem necessita de habitação, que até podia pagar, mas não acede ao crédito porque os bancos não permitem!


Tudo bem, foi um directo, mas o tom da reportagem foi sempre esse: coitadinhos-dos-construtores-e-promotores-imobiliários-que-têm-muitas-casas-para-vender-e-não-conseguem-vender-e-por-isso-estão-em-crise. E o resto da equação?: Quem necessita de casa?; Há necessidade de incentivos estatais para compra de casa?; Qual o panorama no arrendamento?; Há necessidades de incentivo (e se existem qual é o panorama?) para recuperação e restauro de casa própria?; Quais as necessidades de construção de habitação própria?. Sobre isto, e se calhar muito mais, nada!



[ouvindo politica-mente, new max, phala solo, 2009; procure mais em www.phalasolo.com]


[Imagens de pouca qualidade de Ilhas do Porto, pós-1974, retiradas de Ferreira, J. A. (coord.), (1999), Habitação Social no Porto, Porto: Câmara Municipal do Porto. Sem referência a autor]

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Honduras

Buenos días,

El periodismo lleva en su ADN la misión de establecerse en la sociedad como un servicio público para esclarecer la realidad de los hechos. Nosotros, Alejandra Morales Hackett y Francisco Guaita, somos dos periodistas independientes que llevamos más de año y medio realizando un documental alternativo sobre el proceso político en Venezuela, pero hoy la actualidad nos obliga a mirar y a alzar nuestra voz hacia Honduras. Queríamos compartirla con Usted sin apologías políticas, pero con compromiso a la verdad, y sobre todo, con solidaridad a los ciudadan@s hondureños.
Aquí les adjuntamos el comunicado que hemos escrito.
Un cordial saludo.

A quienes se sienten comprometidos con la prensa digna

Tristes guerras, si no es amor la empresa.
Tristes, tristes. Tristes armas, si no son las palabras.
Tristes, tristes. Tristes hombres, si no mueren de amores.
Tristes, tristes.
Miguel Hernández

Decía Charles Bukowski que la censura es la herramienta de aquellos que necesitan esconder la realidad a sí mismos y a los demás. En estas horas aciagas que vive la República de Honduras, nos permitimos hacer un llamado a todos nuestr@s compañer@s periodistas de Iberoamérica, y muy especialmente a l@s hondureñ@s, para que sepamos aprovechar la adversidad y continuemos dignificando el oficio, militando del lado de la honestidad.

Al momento de redactar esta carta que necesitamos compartir con tod@s ustedes, se desconoce el paradero de la Canciller hondureña Patricia Rodas, insigne luchadora, y cercana colaboradora de nuestro documental; se ha secuestrado el Presidente de un país, legítimamente electo, se reprime al pueblo hondureño que ha decidido, a pesar de las tanquetas y los fusiles que les apuntan, ejercer el derecho legítimo que tienen de expresar su opinión, y no otra cosa: su opinión.

Hemos sido testigos con desolación y vergüenza, de la actuación de los canales de televisión privados de Honduras, que en una clara demostración de desprecio al pueblo hondureño, trasmiten dibujos animados mientras el Presidente constitucional ha sido secuestrado, vejado, y expulsado a Costa Rica; miles de hondureños y hondureñas se manifiestan en las calles a favor y en contra de la situación; cientos de soldados han tomado las principales ciudades del país, la Organización de Estados Americanos se declara en emergencia; y hay un importante número de dirigentes sociales y funcionarios del gobierno constitucional de Honduras, como la Canciller Patricia Rodas, desaparecidos.

Esta carta no está interesada en los directivos de esos canales de televisión, como decía Camus, la estupidez insiste siempre. Esta carta va dirigida a l@s compañer@s periodistas, como una demostración de la fe que necesariamente tenemos en much@s de ustedes. No pretendemos tomar partido, para eso está todo un pueblo capaz de decidir su destino, y es necesario que le procuremos el respeto que merece.

Los dueños y directivos de los medios de comunicación social, sólo tienen dinero, el verdadero poder es el de los trabajadores que pueden sacar una señal al aire, parar una rotativa, interrumpir revistas musicales radiales que pretenden acallar la estruendosa realidad de los hechos, en legítimo uso de sus atribuciones porque el periodismo no es solo oficio, es compromiso.
Vamos a ser más culpables de lo que dejemos de hacer que de lo que hagamos, no es digno guardar silencio ante la agresión y secuestro cobarde de una mujer. No hay diferencia entre Patricia Rodas, Ingrid Bethancourt, o Lydia Cacho. Las dos últimas deben en buena medida su sobrevivencia a la prensa honesta, consecuente y responsable, que se preocupó en hacer de sus nombres una consigna mundial, que fue su chaleco antibalas hasta que los cobardes comprendieron que contra la prensa digna, limpia y decente, ciertos cañones son impotentes.

La historia nunca nos perdonará el silencio. L@s periodistas somos responsables a estas horas, de la vida de Patricia Rodas, de la vida de Carlos Padilla, y de la vida de much@s herman@s hondureñ@s, sin importar su militancia. Nosotros tenemos el poder de decidir cuál artillería es más poderosa, si la de los cañones, o la de las palabras.

Nosotros, desde Caracas y desde Madrid, nos ponemos a la disposición para hacer todo cuanto haga falta para que se conozcan los hechos, para que retornen el diálogo y la paz, y exhortamos a nuestr@s compañer@s periodista@s de Iberoamérica y muy especialmente de Honduras, a un ejercicio ético y responsable del oficio, y si ese esfuerzo les supera, entonces les rogamos que no dejen que nunca nadie les llame periodistas, porque no lo son.

A Honduras, nuestro abrazo, y nuestra entera disposición, a nuestra amiga Patricia Rodas y a su familia, nuestra absoluta solidaridad, y nuestra infinita admiración. Estamos seguros que muy pronto compartiremos más conversaciones en cualquier mesa de Iberoamérica.

Francisco Guaita López-Muñoz
Alejandra Morales Hackett

http://www.youtube.com/watch?v=nrVwaK3apsQ&videos=NP_quWS2sfw

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Quem é que anda aí a tocar?

Ora aí está um desafio interessante: durante uma semana recolher nomes de bandas e artistas, relevantes*, com actuação marcada para Portugal.

Conclusões dentro de uma semana!

*Relevantes, não ao meu gosto musical, mas ao gosto das massas. De qualquer forma irei incluir os nomes de quem aprecio, atraiam ou não massas, de qualquer nacionalidade. (Algumas) jovens promessas, desconhecidas, terão que esperar.

Comecemos então:

Elton John & His Band; Justin Nozuka; Michael Bolton; Katy Perry; António Pinho Vargas; Laurent Filipe; Mário Laginha; James Carter; Metallica; SlipKnot; Machine Head; Ramp; Klaxons; TV on the Radio; The Prodigy; Placebo; Blasted Mechanism; Eagles of Death Metal; Os Pontos Negros; The Ting Tings; Fischerspooner; John is Gone; Dave Matthews Band; The Black Eyed Peas; Chris Cornell; Boss AC; X-Wife; Jon Mayer; Roseanna Vitro Trio & Kenny Werner; Kyle Minogue; Gomo.

[Actualização: 30/Jun/2009]
Janita Salomé; Uxía; Portico Quartet; Carmen Souza; Chucho Valdez Big Band; Lee “Scratch” Perry; Chico Pinheiro e Brad Mehldau com Fleurine e Luciana Alves; Esperanza Spalding; Madeleine Peyroux; Orquestra Glenn Miller; Marsalis Brasilianos com Orquestra Metropolitana de Lisboa; Quarteto de Francesco Cafiso; Al Di Meola World Sinfonia; Chick Corea & Gary Burton.

[Actualização: 1/Jul/2009] Franz Ferdinand; Supergrass; The Rascals; Nine Inch Nails; Peaches; Portugal The Man; The Hives; Jarvis Cocker; Buraka Som Sistema; Macaco; The National; Mallu Magalhães; Marcelo Camelo; Miss Kittin & The Hacker; Zero 7; Mariza; The Legendary Tigerman; The Pinker Tones; Faith No More; Blind Zero; FlorCaveira; Lily Allen; Basement Jaxx; Amy Macdonald; Virgem Suta; Anaquim; Bunnyranch; Kaiser Chiefs; Primal Scream; Lamb; Guano Apes; Scorpions; Fonzie; Keane; Colbie Caillat.

[Actualização: 3/Jul/2009] Leonard Cohen; Eagles; Anastacia; Suzanne Vega; Tinariwen; Tcheka; Sun Ra Arkestra; Shariar Mazgani; Joss Stone; Green Day; Muse; Barbara Hendricks and the Magnus Libdgren Quartet; Stanley Clark, Marcus Miller and Victor Wooten; Melody Gardot; Massive Attack; Brandi Carlile;

Mando Diao; Depeche Mode; The Masters Musicians of JoJouka led by Bashir Attar; Kepa Junkera; Jorge Palma; The Rolling Stones World Project com Ana Moura; Katatonia; Joshua Redman; Katie Melua; Porcupine Tree; Martinho da Vila; Biohazard; Diana Krall; Barcley James Harvest; Xutos e Pontapés; Maria Rita e Orquestra de Jazz de Matosinhos; Saiyuki Trio;

Babylon Circus; Asian Dub Foundation; Souls of Fire; 2 Many DJs; Easy Star All Stars; Nouvelle Vague; Nneka; Mary B; Patrice; Horace Andy; Ojos de Brujo; Wailers; Tiken Jah Fakoly; Mishka; Culcha Candela; Police in Dub; Ana Free; DJ Patife; Orishas; Skank; Bajofondo Tango Club; Buju Banton; Monobloco; Natiruts; Macacos do Chinês; Vanessa da Mata;

Deolinda
; Sara Tavares; Irmãos Verdades; Depeche Mode; Peter Bjorn and John;La Notte Della Taranta feat. Stewart Copeland; Camané; Justin Adams & Juldeh Camara; Orquestra Buena Vista Social Club; DJ Click; Bajofondo; Rabih Abou Khalil; Moriarty; Trio Corelli; Eneida Marta; ; Diabo a Sete; Philarmonic Weed; Siba e a Fuloresta; Lura; N’Sista; Rokia Traoré; Kimmo Pohjonen Uniko; Hedningarda; Brigada Víctor Jara; Alpha Blondy;

Vânia Fernandes; Richard Galliano Tangaria Quartet; Ron Carter Quintet; Benny Golson & Cedar Walton Quintet; Charon; Die Happy; Da Weasel; The Temple; Foge Foge Bandido; Dead Combo; Mão Morta; Naná Vasconcelos & Virginia Rodrigues; JP Simões; Babylon Circus; Orquestra Imperial;

Monobloco com Roberta Sá e Zé Renato; Hamilton Holanda Quinteto; Galandum Galundaina; Mário Laginha e Bernardo Sassetti; Tó Trips; Tiguana Bibles; Norberto Lobo; Rodrigo Leão & Cinema Ensemble; David Murray “Black Saint Quartet”; Mingus Dinasty Septeto; Christian McBride and Inside Straight; Black Bombaim; Shout Out Louds; António Chainho; Tim Tim Por Tim Tum; Gaiteiros de Lisboa; A. J. Holmes; Dema Y Su Orquesta Petitera; Roland Tchakounte.


[ouvindo billie jean, caetano veloso, amanhã (best of), 2005]

[4/Jul/2009] CONCLUSÕES:
Para já só primeiras impressões: 2009 é um ano de crise, mas a quantidade e variedade continuam assinalavéis; poucos nomes do grande circuito mundial; impossível concorrer com os grandes festivais de música pop rock da Europa; disparidade de locais, apesar da grande concentração dos grandes nomes no Porto e em Lisboa; Casa da Música e Gulbenkian continuam a trazer algumas das propostas mais interessantes do circuito alternativo; Portugal tem uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, mas pela diversidade da oferta parece ter mais. no Verão, parece que os portugueses andam a cantar e a bailar por todo o lado (parece mesmo ou é verdade?).


[ouvindo sem plano, cool hipnoise feat. simone de oliveira, groove junkies 1995-2003]

Bishop Allen e Young Gods à borla em Guimarães!