domingo, 24 de maio de 2009

E porque hoje é domingo...

Um filme português, uma curta-metragem de 15 minutos, ganhou pela primeira vez a Palma de Ouro do Festival de Cannes. João Salaviza, de 25 anos, recebeu o galardão das mãos de John Boorman, pelo filme "Arena". E porque hoje é domingo... poucos foram o que deram por este acontecimento. Eu só soube dele por um mero acaso, porque as televisões... relegaram este feito extraordinário para um secundaríssimo plano. Estas coisas só se sabem por acaso. Ou então no dia seguinte. Mas se fosse um golo do Cristiano Ronaldo, ou o despedimento do treinador do Benfica... Vamos andando com a cabeça entre as orelhas e com os olhos bem tapados.

Pode ouvir a conferência de imprensa com o João Salaviza aqui, no site oficial de Cannes, e descarregar o dossier de imprensa. Ficam as fotos, enquanto não vemos o filme.
[Onde está o Salaviza?]

James Graham Ballard (1930-2009)

[http://en.wikipedia.org/wiki/J._G._Ballard – foto de David Levenson/Getty Images, retirada de www.cbc.ca]

Muito lá de casa

O Meios de Produção hesitou durante algum tempo. Era a crónica de uma morte anunciada, a morte do director vitalício da Cinemateca Portuguesa. Tinha lugar, o João Benárd da Costa, na secção obituário? Houve algumas dúvidas, que acabaram por ser dissipadas hoje. E com alguma vergonha, já que as dúvidas não eram justificadas. O Benárd da Costa tem direito a uma justa (embora pequena) homenagem no Meios de Produção. Houve um tempo em que ele era muito lá de casa, mas depois deixou-se de ler as suas crónicas, de comprar os seus livros, e o distanciamento foi sendo maior.
Através dos seus textos, o Benárd foi alguém que despertou para algum cinema que quase nada se via por cá, ou para certas leituras cinematográficas que só eram descortinadas depois de o ler. Guardo na memória a fabulosa crónica de "Vale Abraão", no Público, que me levou a ver o filme mais duas ou três vezes; guardo o excelente guia sobre Alfred Hitchcock, da colecção As Folhas da Cinemateca, escrito a três mãos e publicado pela Cinemateca/Assirio e Alvim, há muito esgotado; guardo a sua imagem e irreverência nos filmes de Oliveira e César Monteiro; e guardo os momentos em que ele era muito lá de casa. Esta é a homenagem do Meios de Produção ao João Benárd da Costa, que já foi muito lá de casa, mas continua a manter o seu cantinho.
[imagem do Benárd retirada de memoriarecenteeantiga.blogspot.com, mas também referenciada como sendo da agência ecclesia; capa do livro referenciado, análise de todos os filmes de Hitchcock escrito pelo Benárd, João Lopes e José Manuel Costa. O percurso de vida do João Benárd da Costa pode ser visto aqui]

domingo, 10 de maio de 2009

Serviço Público na televisão portuguesa!

Está quase a fazer um ano que morreu Bartolomeu Cid dos Santos. Não sabia quem era até há pouco. Às vezes a televisão pública surpreende, apenas porque está a cumprir o seu papel. Vi o documentário de Jorge Silva Melo sobre o artista e fiquei fascinado; e informo essas cabeças bem pensantes que não conheço tudo e nem consigo. Mas agora já sei quem foi Bartolomeu Cid dos Santos porque a televisão pública cumpriu o seu papel. Não, não vi Os Contemporâneos, nem o Marcelo, estava a dar algo muito, muito melhor no outro canal.

Há bastante informação na web, pode saber algo mais do Barto, aqui, aqui e aqui. Ficam algumas imagens.


[ACT. 24/Mai/2009: o Benárd morreu no mesmo dia do Barto, mas um ano depois]

terça-feira, 5 de maio de 2009

não fumo obrigado

Pusta filme! Gran Torino!
Para que conste, já li que Clint, a propósito dos western spagheti, se queixou que o que mais lhe custou nesses filmes foi ter que representar o consumo de cigarros, já que não é fumador!

Vi o seu filme anterior, “Changeling” (“A Troca”). Não gostei muito. A história é muito boa, mas talvez porque Clint tenha sido uma segunda escolha como realizador num projecto problemático, talvez um exagero de casting, o filme não resulta tão bem como Gran Torino. Neste, Eastwood filma o seu envelhecimento, já pela quarta ou quinta vez e continua a surpreender. Onde é que ele vai buscar estes guiões?

[ouvindo i’ll rise, ben harper, in welcome to the cruel world, 1993]

prémio Fernando Távora

Os membros do Júri para a 4ª Edição do Prémio Fernando Távora constituído pela artista plástica Helena Almeida, que presidiu ao júri, pelo Professor Doutor Arnaldo Saraiva e pelos arquitectos João Luís Carrilho da Graça, Sergio Fernandez e Ana Maio (em representação da OASRN), deliberaram por unanimidade atribuir o Prémio Fernando Távora à proposta “Diário do Deserto – Namibe 2009” da arquitecta Cristina Salvador.

eu também sou da geração Vasco Granja

Vasco Granja 1925-2009

Aqui, numa paródia a ele próprio, num programa do Herman José (praticamente não há imagens do Vasco Granja nas pesquisas do Google. Basta ver os obituários nos blogs e verificar que todos trazem a mesma foto!)