quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pingo a pingo, Jerónimo vai preenchendo o bingo

Juro que esta é verdade! Certo dia, numa destas tardes de Agosto, estava num Pingo Doce da baixa, a fazer horas (dadas as circunstâncias da altura, era o melhor local e a água era a mais barata) e deu-me uma incontrolável vontade de mictar. Nunca tinha ido a uma casa de banho do Pingo Doce, mas lá pedi a chave e dirigi-me à casinha. Abri a porta e fui direito à sanita. Quando acabei, refresquei-me e voltei-me para a porta de saída quando dou conta de uma folha A4 na parede. Pensei que era um aviso qualquer, um regulamento de utilização… Mas não! Era este alerta que vos deixo! Esclarecedor. Alarmante. Inquietante. Mas muito verdadeiro. E só não sabe o que é isto quem está do outro lado, ou trabalha para uma multinacional (que não seja japonesa!).



(carregue nas imagens para ver maior)


[ouvindo all you fascists bound to lose, billy bragg & the blokes, 1999]

[esta versão de all you fascists… surgiu apenas no álbum promocional you can call me cupcake /billy bragg and the blokes mermaid avenue tour. os the blokes era a banda que acompanhava bragg ao vivo. a versão de estúdio the all you fascists…, mais lenta e mais rockeira, surgiu em parceria com os wilco no álbum mermaid avenue volume ii, em 2000. mas bragg tem outras versões do tema e com outras bandas, como os klezmatics, por exemplo. all you fascists bound to lose é um clássico da música popular dos estados unidos da américa, da autoria de woody guthrie, escrita em 1942.]

All You Fascists Are Bound To Lose Lyrics

sábado, 23 de agosto de 2008

Contas grandes, grandes Contas


actualização
a dona deste NIF já mudou de escalão. Passou, em 2008-8-28, para o anterior, 25.001 - 50.000 €

NIF:
125 067 941
(lista actualizada em 2008-08-22)
Escalão: 50.001 - 100.000 €

[ouvindo long arithmatic, qpsm unit, the seriousness of the matter, 2001]

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O mestre da propaganda

O senhor Rio é um mestre da propaganda. Ele, que tanto despreza os jornalistas e a comunicação social, resolveu-se a mudar a percepção da realidade, para ficar bem na fotografia. Para ficar muito bem e, pelo meio, arrecadar mais uns votositos que muita falta lhe vão fazer nas próximas eleições.
O exemplo está aqui em baixo, na revista de propaganda da Câmara Municipal do Porto, esse arauto da informação comprometida pago pelos contribuintes. Diz o senhor Rio que o Bairro do Cerco foi “alvo de profunda reabilitação, em 2002, por parte do actual executivo”. E que “mesmo com toda a requalificação feita, continua a ter problemas que urge resolver”.

Pois! Mas a “profunda reabilitação” surgiu com o anterior executivo do PS, e não com a actual coligação PSD/PP. O senhor Rio admitiu que houve um lapso nessa informação, mas só o disse aos jornalistas numa conferência de imprensa. Os senhores jornalistas guardaram para si a informação e não a divulgaram. E esqueceram-se que se uma mentira for repetida até à exaustão, torna-se numa verdade. Quem sabe disto é o senhor Rio, qual mestre da propaganda!
(clique na imagem para aumentar)
[ouvindo chameleon, headhunters, herbi hancock, 1973]

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

aos Costas deste país

refrão:

Eram mais de cem

Eram mais de mil

Não os contei bem

Um milhão de lil- iputianos pr'aí


Os homens pequenos

Quando são demais

Não fazem por menos

Tornam-se fatais - vão por mim que o vivi


Como é que um freguês duma freguesia qualquer

Vê o seu destino

Fazer o pino

Sem saber ler - nem 'screver


Homem avisado sempre ouviu alguém dizer

Cada naufrágio

É um presságio

Do que vai a- contecer (ao refrão)


Vá-se lá saber o que é que esta gente quer

Este lugar

Tão singular

Ai quem me val' - a valer


Há sempre um lugar que falta a gente conhecer

Ai se eu soubera

Como isto era

Nunca viera - aqui ter (ao refrão)


Preso assim que nem é modo d' alguém preso ser

Pequenos fios

Nós corredios

Que assim me estão - a prender


Já 'stá tecida uma teia para me tecer

Cabeça e pés

Os dedos dez

Já não me po -sso mexer (ao refrão)

[letra e música: José Mário Branco
José Peixoto, Francisco Abreu: guitarra acústica
Carlos Bica: contrabaixo
Rui Júnior: percussão
Orquestra de Gratz: cordas
Grupo Coral «Os Escolhidos»: coro

José Mário Branco, Resistir É Vencer, 2004]




"... mas nos tempos que correm sou realista e tudo faço para salvar a pele... se tiver de trabalhar mais para contribuir para a riqueza do meu patrão, assim seja...! Desse modo devo ter o meu assegurado ao fim do mês! Sejamos práticos meus senhores!"...

"... Assim é, caros leitores, poderia enunciar aqui uma enorme lista de empresas recuperadas e negócios rentabilizados por este homem. Que se mantenha entre nós por muito tempo, pois muita gente e muitas famílias dele dependem, Bem haja."...

"... e não merecia ser enxovalhado por um qualquer mulherengo armado em D. Juan. Para os que estão aqui a defende-lo, tenho uma questão: quanto é que o sr. dr. vos está a pagar para espalharem aqui estes primores em sua defesa? Aja vergonha na cara!"...

sábado, 9 de agosto de 2008

Canção dos Despedidos

Somos explorados no trabalho, e não só
Também somos o lixo
Lixo na tê-vê, quem lá está e quem vê
Lixo no jornal, voz do seu capital
Estamos entregues aos bichos
E o lixo produz mais lixo

E o tempo a passar
E eu a cantar
Eu também faço parte do lixo

Há quem viva bem do nosso mal-viver
Nós somos lixo
Somos só lixo
Já não há gente, há só lixo
Dispensável, descartável, reciclável
E agora parem um minuto p'ra pensar

Há que humanizar a humanidade, e não só
Há que varrer o lixo
O do Capital, que é o lixo global
O lixo do Estado, que é o seu braço armado
O mundo é de quem manda
E o resto é propaganda

Tudo é publicidade
Mas a liberdade
É escolher entre ser ou estar

Tens a boca cheia de palavras lindas
P'ra ti sou lixo
Somos só lixo
Nós não somos gente, somos lixo
Dispensável, descartável, reciclável
Mas vou parar mais um minuto p'ra pensar

Vamos a casa
Ao fim do dia
Só p'ra regenerar a mais-valia
Ganhar forças, fazer filhos
Cada um no seu caixote
E amanhã tomar o bote
Para o paraíso dos cadilhos

Quem é o lixo
Eles são o lixo do corpo e da alma
Como é que se pode ter calma
P'ra varrer este monturo
Dos escombros do futuro

[Letra e música José Mário Branco
«Resistir é Vencer» 2004
Arranjo de sopros: Tomás Pimentel
José Paulo Esteves da Silva - piano
Carlos Bica - contrabaixo
Rui Júnior - percussão
Rui Marques - flauta alto
Jorge Reis - saxofone soprano
Tomás Pimentel - flugelhorn
Paulo Gaspar - clarinete baixo
Grupo Coral «Os Escolhidos»,
João Afonso e Tomás Pimentel - coro]

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