sábado, 15 de novembro de 2008

À atenção do senhor Oliveira e do senhor Lopes!

Olho vivo senhor provedor!
Olho vivo senhor regulador!

Então, surpreendentemente, surpreendentemente, o serviço público de televisão, hoje, às 20h00, apresenta uma notícia sobre o congresso internacional dedicado a Karl Marx e ao seu pensamento, organizado pela Universidade Nova de Lisboa e...

...E só fala do Bloco de Esquerda e do caso BPN!?

Que desplante! Que escandaleira! Afinal, por que é que lá mandaram uma estagiária [presumo que fosse uma estagiária, uma jornalista digna dessa nome não ia lá só para ouvir o Bloco de Esquerda!]? Foi só para ouvir o Louçã? Que palhaçada! Por que raio é que se lembraram de falar em Karl Marx, se era para ir lá falar ouvir o Louçã a falar do caso BPN e da actuação do Governo Sócrates?

Onde é que está o Onofre, onde é que está o Onofre?


[ouvindo the last poets, chastisment, 1972]


CORRECÇÃO: Qual estagiária qual carapuça! A Daniela Santiago não é nenhuma estagiária! Então a RTP também mandou lá a Antena 1! Para ouvir o Louçã a falar sobre o BPN? Que palhaçada! E do Carlos das Barbas? Nada! Ó senhor Oliveira, Ó senhor Lopes, e aquela inenarrável correspondente em Espanha que foi ver os espanhóis à espera de se inscrever para conseguir uma casa? Mas a propósito de quê? Em que contexto? Andam a atribuir casas assim, como se caissem do céu? Lá se ouviu uma vez a palavra cooperativa, mas não se percebeu nada. Francamente, o que é que aquela senhora anda a fazer em Espanha, além de mostrar à saciedade e à sociedade os seus casacos de pele?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Manoel de Oliveira


Este homem faz hoje anos. Cem anos. Um século. Quase a idade do Cinema!

Este homem fez muitos filmes. Eu vi alguns. E gostei.
Alguns gostei muito, outros menos, outros mais ou menos, outros nem por isso.
Eu vi "Non ou a Vã Glória de Mandar". Gostei.
Eu vi "Aniki Bobó". Gostei muito!
Eu vi "Party". Não gostei muito.
Eu vi "O Convento". Não gostei muito.
Eu vi "Vale Abraão". Gostei muito!
Eu vi "Os Canibais". Gostei.
Eu vi "Douro, Faina Fluvial". Gostei muito.
Eu vi "O Meu Caso". Gostei.
Eu vi "A Carta". Não gostei muito.
Gostava de ver "Je Rentre a la Maison". E muitos outros.
Gostava que este homem vivesse por mais cem anos!

CORRECÇÃO: este homem só faz anos no dia 12 de Dezembro e não 12 de Novembro. Mas não faz mal, espero que ele viva por mais cem anos!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Então, e não era melhor NACIONALIZAR a Galp ou a EDP? (II)

Estou a ficar cada vez mais revoltado! Então o Governo PS andava a injectar milhões no BPN desde o Verão, muito mais que os 700 milhões que são apontados como buraco financeiro, as tais irregularidadesinhas que o ministro das Finanças apontou quando anunciou a NACIONALIZAÇÃO? E o governador do Banco de Portugal, que ganha mais que o presidente da Reserva Federal norte americana, que tem as funções de regular o sistema bancário nacional, não tem nada para dizer ao público e não se demite? E o facto de o Governo PS NACIONALIZAR o BPN, com o beneplácito de toda a direita política, cobrindo as dívidas do banco, mas deixar nas mãos dos accionistas todo os sectores do mesmo banco que dão lucro? Mais: o Governo PS tem já uma dívida superior a 2 mil milhões de euros a fornecedores e, mesmo assim, injecta 4 mil milhões de euros no sector bancário?

Aqui já não há links para confirmar as indignações, elas são públicas, estão em todos os meios de comunicação tradicionais. E também já não há lugar a ironiazinhas! Que merda é esta? Ficamos assim? A ouvir as notícias? Não fazemos nada?

domingo, 2 de novembro de 2008

Então, e não era melhor NACIONALIZAR a Galp ou a EDP?

Não costumo ligar o rádio ao domingo. Mas não costumo mesmo! Não sei por quê liguei a TSF às 17h00 e ouço esta: GOVERNO VAI NACIONALIZAR O BPN!

Hã!? Ouvi bem? Governo vai NACIONALIZAR o Banco Português de Negócios? Fantástico. O Governo vai propor a nacionalização do BPN à Assembleia da República. Ou seja, a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado, vai absorver o BPN, anunciaram o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal numa conferência de imprensa, que estava a decorrer àquela hora.

Ainda fui ligar a televisão para saber se as televisões estavam a transmitir a conferência de imprensa, que teve lugar depois de um Conselho de Ministros extraordinário. Como se esperava, nada! Ainda se fosse algum treinador de futebol despedido...

Razões para a nacionalização: crise financeira mundial? Não. Perdas em fundos de investimento? Não. É muito mais simples que isso, explicou o ministro das Finanças: operações financeiras de legalidade duvidosa que motivaram queixas na Procuradoria Geral da República. Boa! Que montantes estão implicados nessas operações financeiras de legalidade duvidosa? Nada, zip, silêncio... Ou ninguém fez a pergunta?

Estou pasmado! O PSD [o principal partido da oposição e que tem alternado o poder com o PS] apressou-se a dizer que não se opunha, só queria era saber mais pormenores. Boa! Onde é que estão os reaccionários e os defensores da liberdade do mercado financeiro, aqueles que juram a pés juntos que o mercado se regula a si próprio? Devem estar de fim de semana ou a meter férias por tempo indeterminado.

Para que conste, o BPN nasceu em 1993, tem cerca de 4 mil funcionários [passarão a funcionários públicos ou vão para o olho da rua?], mais de 200 agências bancárias espalhadas pelo país e é auditado pela BDO Binder & Co. Em 2007, os recursos totais dos clientes eram de 4,7 mil milhões de euros e geria 2,2 mil milhões em fundos de investimento. Nesse ano o banco valia cerca de 8 mil milhões de euros, mas apresentava pouco mais de 56 milhões de resultados líquidos do exercício, uma quebra superior a 13 por cento face a 2006.

O que o senhor ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal não disseram [alguém perguntou?] é o que vai acontecer às empresas geridas pelo BPN, às empresas do universo BPN, as principais, as da área da saúde e dos seguros [ver aqui]. O BPN, por exemplo, através da Sociedade Lusa de Negócios, gere o Hospital Privado da Feira e, entre outros, está a construir um na Maia, em parceria com a Misericórdia local. [A SLN já não tem página na internet, já teve...]

Senhor ministro das Finanças, proponho que os hospitais privados do BPN passem a ser públicos, passem a ser hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Que tal? Não era necessário construir hospitais novos, que tanta falta vêm fazendo, nem convenções com os privados, e assim ganhávamos todos, não ficávamos só com as dívidas do BPN! Que tal?

E aproveito para lhe perguntar o que é feito do senhor Costa, Oliveira Costa [não o Eduardo, mas o José]? Esse espantoso secretário de Estado do Orçamento dos tempos do Cavaquinho, que abriu esse banco em 1993 e por aí andou, ufano, até a coisa correr mal e desaparecer, entregando a batata quente ao Cadilhe. Será que o Cadilhe também é integrado na CGD?

Olha ele aqui, o Costa, bem acompanhado, numa foto antiga retirada do Jumento

Mas já agora senhor ministro deixe-me dizer-lhe que o melhor era nacionalizar a Galp, a EDP, todos os serviços de águas municipais, o gás, a energia eólica, a recolha, separação e aterro de resíduos. Não acha? É que esses dão sempre lucro, funcionam como se fossem monopólios e assim até aliviavam as contas do Estado e saiamos deste atoleiro bem mais secos, limpos e felizes. Não acha senhor ministro!?