terça-feira, 23 de dezembro de 2008


Os Fadomorse foram uma das dezenas de bandas que JP Simões andou a entrevistar por esse Portugal fora. O resultado apareceu no Quilómetro Zero (Km0) e foi das melhores coisinhas que o serviço público de televisão passou este ano. Ver aqui as bandas entrevistadas, ou aqui.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O que é que andei a ver no Cinema [ou balanço e balancete de 2008, annus horribilis]

Vou apresentar uma lista do que mais relevante para mim aconteceu este ano, ao nível cultural. Sim, sim, estou rendido às listas, ao best of, aos balanços; parafraseando Pessoa, todas as listas do melhor do ano são ridículas/ não seriam ridículas se não fossem listas do melhor do ano…


Eu acho que os portugueses, com essa terrível tendência para o saudosismo e medo do futuro, têm que fazer listas do melhor do ano, para se lembrarem do passado. Pois bem, este ano apresento a minha, o meu balanço e balancete. Cultura, cultura, só isso.


[javier bardem no papel de anton chigurg em «no contry for old men»]


Comecemos então pelo Cinema: 2008 foi um ano péssimo para mim. Esperei por Janeiro para ver o multi-premiado «No Country for Old Men» (2007), dos Irmãos Cohen. A experiência foi boa e má. Não tenho dúvidas que o filme está na categoria «excelente», mas…


A sala que escolhi para o ver é péssima: Eu já sabia disso, mas quis ver o filme ali, nos cinemas do Shopping Cidade do Porto.


Mas o ecrã estava todo sujo, a insonorização da sala é má (ouve-se o filme ao lado), o sistema de som tem muitas falhas e já não tem a qualidade de outrora, o ingresso é caro, as cadeiras estão estragadas e são desconfortáveis, o ar condicionado é ruidoso e pouco eficaz…


Todas as receitas para estragar o ambiente. Eu já sabia disso tudo, mas quis ver o filme ali. Porquê? Porque são os cinemas do Paulo Branco, de quem eu sou um seguidor. Graças a este exibidor/distribuidor/produtor há cinema europeu no Porto. E se ele não possuísse estas quatro antiquadas salas no Porto [e agora o pequeno estúdio do Teatro do Campo Alegre] não havia cinema europeu no Porto. E eu sabia também que ele estava (está) com problemas financeiros e, mesmo reconhecendo a falta de qualidade das salas, quis contribuir com qualquer coisa para que os cinemas não fechassem. Esse risco é real. 2009 pode até ser o ano em que Paulo Branco vai embora do Porto. Espero que não, espero que seja o ano em que ele renove as salas e volte a ter muito público [interessante a entrevista de Paulo Branco à Pública de 7 de Dezembro de 2008, sem link].


[gerardo burmester]


Faço uma sugestão ao Paulo Branco: porque não vender os quadros do Gerardo Burmester [será que são dele, ou já os vendeu?] e investir o dinheiro na renovação das salas, reforçar a programação europeia, fazer uma parceria com a futura extensão da Cinemateca Portuguesa no Porto, reforçar a parceria com o Instituto Franco Português, Instituto Goethe, Instituto Italiano, etc.? Fazer uma extensão do Estoril Film Festival, no Porto?


O pior estava para vir. Regressa absorto do filme, decidido a revê-lo, não por que não compreendesse o filme, mas porque não o usufrui na plenitude, e Pumba!, Crash!, Trash! Fzsssssssss!....


[«crash», de david cronenberg]


Pois tive um acidente de carro. Alguém se espetou contra mim, estragou-me o carro todo. Não tive culpa! Era um cruzamento e eu tinha a prioridade e vinha devagar. A senhora que se espetou contra mim é que não vinha nada devagar e por pouco não me mandava para o hospital.


Depois, já se sabe, o costume: mecânico, seguradora, pedir por favor, muito favorzinho, suplicar, que a minha seguradora me pague o arranjo do carro – a que estavam obrigados, aliás. [Posso-vos dizer que a OK Teleseguro Grupo Caixa Geral de Depósitos Sucks!, como aliás qualquer seguradora; para receber o nosso dinheirinho são os melhores, atenciosos, simpáticos, e etc.; para pagar, assobiam para o lado. Típico. Seguradoras e bancos Sucks!].


Com isto perdi quase três meses e fiquei traumatizado. Não mais fui ao cinema neste ano de 2008. Perdi «Angel», de François Ozon, que aponto como o melhor realizador europeu da actualidade, perdi o ciclo integral de Manuel de Oliveira, em Serralves, e sou capaz de ter perdido mais outras coisas, mas nada que me cativasse especial atenção [deixei passar o Ciclo de Cinema Francês, o Ciclo de Cinema Italiano, «A Turma», de Laurent Cantet]. Tenho ideia que 2008 não foi um ano muito interessante no cinema, mas posso estar enganado. [De notar que os dois filmes que citei para o ano de 2008 são… de 2007! Será que estou atrasado?]


[Regarde la Mer]


Mas atenção, vi uma pérola na televisão! [Lá está, se não fosse a televisão e sua função formativa e divulgadora...] Tenho que registar e devo registar o visionamento desta média-metragem (52 minutos) e posso dizer que foi um dos filmes mais violentos que vi. E foi por mero caso, liguei a televisão em horas impossíveis e começou a dar um filme, que me cativou logo pela qualidade da fotografia. A história foi-se adensando e já não consegui sair da frente do ecrã. Até descobrir que era um filme de… François Ozon! Em concreto, chama-se «Regarde la Mer» (1997).


[cassandra magrath]


Registo também outro filme, australiano, um thriller, que dividiu muito a crítica quando saiu para circuito comercial [não sei se passou em Portugal]. Eu sou dos que gosta do filme. E faço menção disso. Viu-o, where else?, na televisão, este ano. Acho que na TVI, em horas impróprias, claro! Chama-se «Wolf Creek» [realizado e escrito por Greg Mclean] e é de 2005. É apresentado como filme de terror, mas na verdade é um thriller, é realista e não tem monstros ou fantasmas ou outras coisas do género. Diz-se que é baseado em factos reais [o próprio filme faz referência a isso] mas não é verdade. Aquilo que é verdade, é facto, é que desaparecem cerca de 9000 pessoas por ano na Austrália. E cerca de 90 por cento voltam a aparecer noutro canto qualquer da Austrália, vivos e de boa saúde.


Concordo que o Mick Taylor é uma das construções mais violentas (e realistas) que vi nos últimos anos em filmes. É um serial killer protagonizado por John Jarratt. Fiquei fã de Cassandra Magrath. Filme recomendado para quem gosta do género. Ou de filmes sobre serial killers.


Já agora, uma referencia cinéfila. John Jarratt entrou no filme «Picnic at Hanging Rock» (1975), um filme de Peter Weir, antes de se mudar para os States. Não o vi no cinema, vi-o na televisão [na RTP2, há muitos anos, antes das privadas, quando a RTP2 era o verdadeiro canal de referência] e foi dos filmes que mais me impressionou, no campo do thriller. Quase todo filmado em exteriores [tal como «Wolf Creek»], conta o mistério de duas crianças que desapareceram num piquenique em Hanging Rock. Filme de época, a acção desenrola-se em 1900.


[the proposition]


Filme de época, também australiano, e quase todo filmado em exteriores é «The Proposition» (2005) de John Hillcoat, escrito por Nick Cave, com música de Nick Cave e Warren Ellis (violinista). Bastante violento, a acção desenrola-se no farwest australiano em 1880 [farwest no sentido faroeste de índios e caubóis, no caso aborigenes autralianos e caubóis]. O filme chegou cá em 2007, altura em que o vi [devia estar fora desta lista]. As referências históricas são surpreendentes! Só neste ano de 2008 o parlamento e o primeiro-ministro australianos resolveram pedir desculpa aos aborígenes australianos por lhes ter separado gerações inteiras de famílias, por lhes ter proibido o direito à propriedade privada. Notem bem: aborígenes australianos, indígenas da Austrália, estavam lá antes de chegarem os outros, há 65 mil anos, mas estavam proibidos de ser donos de terras!


Mas, chega, chega de referências. [E chega de Austrália. 2008 foi o meu ano australiano!] Como vêem, foi pobrezinho o meu ano cinematográfico.


ACTUALIZAÇÃO a 11 de Dezembro, dia do nascimento de Manoel de Oliveira: o que perdi em 2008 e me esqueci de referir:


O Capacete Dourado, Jorge Cramez


Entre os dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra


Mal nascida, de João Canijo


Aquele querido mês de Agosto, de Miguel Gomes


a curta China, China de João Pedro Rodrigues


AAAHHHH!! Mas vi na televisão (duas vezes, RTP2) o ROCKUMENTÁRIO, de Sandra Castiço, sobre esses inefáveis BUNNYRANCH (são os maiores!)


BUNNYRANCH - IN THE LAND OF THE POOR (MUSIC VIDEO) from Zed Filmes on Vimeo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Capitulo XXIX (ou C ou CL ou M ou...) Sabe a quem pertencem as frases?





"Todos têm a minha confiança, estão acima de qualquer suspeita!"

"Porreiro, pá!"

"Está tudo bem, tudo a funcionar normalmente"
"Não, não sei de nada!"



"Não, nunca ouvi falar em nada disso"

"Todo o sistema financeiro está a funcionar normalmente"



[ouvindo manic depression, nguyên lê, celebrating jimi hendrix purple, 2003]

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Capitulo II (ou III ou IV ou V ou VI ou VII ou...)

Era uma vez um banco que não gostava de pequenos aforradores. Nem pequenos investidores. Ou pequenos depositantes. Era um banco que não gostava dos pequenos. O banco era pequeno, chamava-se BPP, mas só gostava dos grandes. Grandes negócios, grandes depositantes, grandes investidores. Era um banco que se especializou em gerir as grandes fortunas dos grandes magnatas.

(foto da RTP)

Mas um dia, um dia frio e chuvoso, descobriu-se que o banco estava falido. O banco tinha andado a investir as grandes fortunas dos grandes magnatas em fundos de investimento no estrangeiro que prometiam grandes lucros. Durante algum tempo, as grandes fortunas dos grandes magnatas ficaram ainda maiores. Mas depois descobriu-se que os fundos de investimento no estrangeiro não valiam nada, eram baseados em especulações de especulações; e quando alguém quisesse realizar o dinheiro desses fundos, não tinha nada porque eles já não valiam nada.

(o pequeno banqueiro das grandes fortunas, foto da Lusa)

Os grandes accionistas do pequeno banco das grandes fortunas, que já estavam a perder as grandes fortunas, juntaram-se e foram bater à porta do Governo do PS. Disseram ao Governo do PS que se não os ajudasse, não poderiam contribuir para a campanha eleitoral dali a alguns meses. O Governo do PS, assustado, tratou logo de resolver o problema. Juntou os outros bancos, os bancos normais, das fortunas médias, das fortunas pequenas e dos pequenos ordenados, e disse-lhes para ajudarem o pequeno banco das grandes fortunas.

Os bancos normais disseram que sim, mas queriam mais. Era preciso que o Governo do PS pegasse no dinheiro público, no dinheiro do povo e dos pobres que pagam grandes impostos, e o injectasse no pequeno banco das grandes fortunas. Era a única forma dos bancos normais ajudarem o pequeno banco das grandes fortunas. E o Governo do PS assim fez, pegou no dinheiro dos pequenos e do povo que paga grandes impostos, e meteu-o no pequeno banco das grandes fortunas. O pequeno banco das grandes fortunas foi salvo da falência e continuou a gerir o dinheiro dos grandes magnatas.

("porreiro, pá!", disponível em qualquer blog de referência)

Moral da história: Se fores rico e tiveres problemas, vai bater à porta do Governo do PS que eles ajudam; se fores pobre e tiveres problemas, faz tudo o que puderes, qualquer coisa, para seres rico.

[Alô, Alô Brasil: aquele abraço: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15410&boletim_id=497&componente_id=8695]

[O que é que o Fernando Pessoa tem a ver com isto?: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/239e014cc8fb46f899494c.html]

[Importa-se de repetir senhor Chomski? É que alguém pode não ter percebido: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15292&alterarHomeAtual=1]


[ouvindo politicar, tom zé, defeito de fabricação, 1998]

sábado, 15 de novembro de 2008

À atenção do senhor Oliveira e do senhor Lopes!

Olho vivo senhor provedor!
Olho vivo senhor regulador!

Então, surpreendentemente, surpreendentemente, o serviço público de televisão, hoje, às 20h00, apresenta uma notícia sobre o congresso internacional dedicado a Karl Marx e ao seu pensamento, organizado pela Universidade Nova de Lisboa e...

...E só fala do Bloco de Esquerda e do caso BPN!?

Que desplante! Que escandaleira! Afinal, por que é que lá mandaram uma estagiária [presumo que fosse uma estagiária, uma jornalista digna dessa nome não ia lá só para ouvir o Bloco de Esquerda!]? Foi só para ouvir o Louçã? Que palhaçada! Por que raio é que se lembraram de falar em Karl Marx, se era para ir lá falar ouvir o Louçã a falar do caso BPN e da actuação do Governo Sócrates?

Onde é que está o Onofre, onde é que está o Onofre?


[ouvindo the last poets, chastisment, 1972]


CORRECÇÃO: Qual estagiária qual carapuça! A Daniela Santiago não é nenhuma estagiária! Então a RTP também mandou lá a Antena 1! Para ouvir o Louçã a falar sobre o BPN? Que palhaçada! E do Carlos das Barbas? Nada! Ó senhor Oliveira, Ó senhor Lopes, e aquela inenarrável correspondente em Espanha que foi ver os espanhóis à espera de se inscrever para conseguir uma casa? Mas a propósito de quê? Em que contexto? Andam a atribuir casas assim, como se caissem do céu? Lá se ouviu uma vez a palavra cooperativa, mas não se percebeu nada. Francamente, o que é que aquela senhora anda a fazer em Espanha, além de mostrar à saciedade e à sociedade os seus casacos de pele?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Manoel de Oliveira


Este homem faz hoje anos. Cem anos. Um século. Quase a idade do Cinema!

Este homem fez muitos filmes. Eu vi alguns. E gostei.
Alguns gostei muito, outros menos, outros mais ou menos, outros nem por isso.
Eu vi "Non ou a Vã Glória de Mandar". Gostei.
Eu vi "Aniki Bobó". Gostei muito!
Eu vi "Party". Não gostei muito.
Eu vi "O Convento". Não gostei muito.
Eu vi "Vale Abraão". Gostei muito!
Eu vi "Os Canibais". Gostei.
Eu vi "Douro, Faina Fluvial". Gostei muito.
Eu vi "O Meu Caso". Gostei.
Eu vi "A Carta". Não gostei muito.
Gostava de ver "Je Rentre a la Maison". E muitos outros.
Gostava que este homem vivesse por mais cem anos!

CORRECÇÃO: este homem só faz anos no dia 12 de Dezembro e não 12 de Novembro. Mas não faz mal, espero que ele viva por mais cem anos!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Então, e não era melhor NACIONALIZAR a Galp ou a EDP? (II)

Estou a ficar cada vez mais revoltado! Então o Governo PS andava a injectar milhões no BPN desde o Verão, muito mais que os 700 milhões que são apontados como buraco financeiro, as tais irregularidadesinhas que o ministro das Finanças apontou quando anunciou a NACIONALIZAÇÃO? E o governador do Banco de Portugal, que ganha mais que o presidente da Reserva Federal norte americana, que tem as funções de regular o sistema bancário nacional, não tem nada para dizer ao público e não se demite? E o facto de o Governo PS NACIONALIZAR o BPN, com o beneplácito de toda a direita política, cobrindo as dívidas do banco, mas deixar nas mãos dos accionistas todo os sectores do mesmo banco que dão lucro? Mais: o Governo PS tem já uma dívida superior a 2 mil milhões de euros a fornecedores e, mesmo assim, injecta 4 mil milhões de euros no sector bancário?

Aqui já não há links para confirmar as indignações, elas são públicas, estão em todos os meios de comunicação tradicionais. E também já não há lugar a ironiazinhas! Que merda é esta? Ficamos assim? A ouvir as notícias? Não fazemos nada?

domingo, 2 de novembro de 2008

Então, e não era melhor NACIONALIZAR a Galp ou a EDP?

Não costumo ligar o rádio ao domingo. Mas não costumo mesmo! Não sei por quê liguei a TSF às 17h00 e ouço esta: GOVERNO VAI NACIONALIZAR O BPN!

Hã!? Ouvi bem? Governo vai NACIONALIZAR o Banco Português de Negócios? Fantástico. O Governo vai propor a nacionalização do BPN à Assembleia da República. Ou seja, a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado, vai absorver o BPN, anunciaram o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal numa conferência de imprensa, que estava a decorrer àquela hora.

Ainda fui ligar a televisão para saber se as televisões estavam a transmitir a conferência de imprensa, que teve lugar depois de um Conselho de Ministros extraordinário. Como se esperava, nada! Ainda se fosse algum treinador de futebol despedido...

Razões para a nacionalização: crise financeira mundial? Não. Perdas em fundos de investimento? Não. É muito mais simples que isso, explicou o ministro das Finanças: operações financeiras de legalidade duvidosa que motivaram queixas na Procuradoria Geral da República. Boa! Que montantes estão implicados nessas operações financeiras de legalidade duvidosa? Nada, zip, silêncio... Ou ninguém fez a pergunta?

Estou pasmado! O PSD [o principal partido da oposição e que tem alternado o poder com o PS] apressou-se a dizer que não se opunha, só queria era saber mais pormenores. Boa! Onde é que estão os reaccionários e os defensores da liberdade do mercado financeiro, aqueles que juram a pés juntos que o mercado se regula a si próprio? Devem estar de fim de semana ou a meter férias por tempo indeterminado.

Para que conste, o BPN nasceu em 1993, tem cerca de 4 mil funcionários [passarão a funcionários públicos ou vão para o olho da rua?], mais de 200 agências bancárias espalhadas pelo país e é auditado pela BDO Binder & Co. Em 2007, os recursos totais dos clientes eram de 4,7 mil milhões de euros e geria 2,2 mil milhões em fundos de investimento. Nesse ano o banco valia cerca de 8 mil milhões de euros, mas apresentava pouco mais de 56 milhões de resultados líquidos do exercício, uma quebra superior a 13 por cento face a 2006.

O que o senhor ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal não disseram [alguém perguntou?] é o que vai acontecer às empresas geridas pelo BPN, às empresas do universo BPN, as principais, as da área da saúde e dos seguros [ver aqui]. O BPN, por exemplo, através da Sociedade Lusa de Negócios, gere o Hospital Privado da Feira e, entre outros, está a construir um na Maia, em parceria com a Misericórdia local. [A SLN já não tem página na internet, já teve...]

Senhor ministro das Finanças, proponho que os hospitais privados do BPN passem a ser públicos, passem a ser hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Que tal? Não era necessário construir hospitais novos, que tanta falta vêm fazendo, nem convenções com os privados, e assim ganhávamos todos, não ficávamos só com as dívidas do BPN! Que tal?

E aproveito para lhe perguntar o que é feito do senhor Costa, Oliveira Costa [não o Eduardo, mas o José]? Esse espantoso secretário de Estado do Orçamento dos tempos do Cavaquinho, que abriu esse banco em 1993 e por aí andou, ufano, até a coisa correr mal e desaparecer, entregando a batata quente ao Cadilhe. Será que o Cadilhe também é integrado na CGD?

Olha ele aqui, o Costa, bem acompanhado, numa foto antiga retirada do Jumento

Mas já agora senhor ministro deixe-me dizer-lhe que o melhor era nacionalizar a Galp, a EDP, todos os serviços de águas municipais, o gás, a energia eólica, a recolha, separação e aterro de resíduos. Não acha? É que esses dão sempre lucro, funcionam como se fossem monopólios e assim até aliviavam as contas do Estado e saiamos deste atoleiro bem mais secos, limpos e felizes. Não acha senhor ministro!?




quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pia fininho, senão levas no focinho!

O meu BI (bilhete de identidade) caducou a 12 de Outubro. Lá fui eu, hoje, à Direcção Geral dos Registos e Notariado renovar o dito. Mas saí de lá, já não com o BI, mas com o Cartão do Cidadão! Calma! Não foi automático. Esperei cerca de uma hora [felizmente ou infelizmente levava um livro do Mauro Wolf sobre teorias da comunicação, de 1997 (edição original em italiano de 1985), o que até foi uma boa ideia: percebem-se melhor as teorias da comunicação quando temos mesmo que esperar!] – o sistema informático dos serviços crashou várias vezes enquanto esperava e até mesmo quando era atendido – até chegar a minha vez. Tinha 27 pessoas à frente [o meu número era o D431], mas desistiram tantas que até senti ter sido atendido rapidamente. Enfim, as benesses da leitura...

Apresentei o BI caducado, o cartão com o número de contribuinte, mas não tinha cartão da Segurança Social, que era exigido. Em compensação, tinha o cartão de eleitor, que não era exigido.
– "Não há problema", disse-me a senhora. A partir dos dados do BI caducado, ela conseguiu obter todos os dados necessários através do computador. Ao lado, a outra funcionária exclamava chateada:
– Está tudo a funcionar!? Crashou outra vez. De quem é este impresso? Alguém o deixou aqui em cima."
Explicou a minha funcionária, a D. Célia:
– "O sistema tem falhado todas a tardes. Há pouco tinha um processo quase todo inserido e o sistema crashou; tive que inserir tudo outra vez. É por isso que é tudo muito demorado."

Então lá fui eu tirar as impressões digitais dos dois indicadores, fazer a assinatura electrónica, medir a altura (não quiseram saber o meu peso, apesar de ter quilos a mais) e tirar as fotografias. Bem, aqui foi uma guerra, foram precisas meia dúzia, e mesmo assim... Não se conseguia disfarçar aquele ar de presidiário! Perguntava eu:
– "Mas por que é que não posso ficar com óculos?!" [Atenção fãs, eu uso óculos!]
– "Os serviços alegam que o reflexo não deixa ver os olhos."
– "Mas eu não ando sem óculos e sem óculos não vejo."
– "Mas tem que ser assim."
Tudo bem, tudo bem, só espero que esse ar de presidiário não seja premonitório.

Então lá fui perguntando:
– "Mas tenho acesso aos meus dados?"
Tem sim senhor, respondeu a D. Célia, explicando que vou ter a possibilidade de comprar um pequeno terminal de leitura, por 16 euros, para ligar ao computador pessoal e alterar os dados sempre que mudar de residência, ou casar, ou divorciar, ou mudar o número de telemóvel, ou o e-mail. [Sim, sim, é necessário fornecer o número de telemóvel e o e-mail!] E aquele pequeno terminal vai possibilitar – no futuro – o voto electrónico sem sair de casa [pois, e eu tenho a certeza que votei?].

Perguntei:
– "Então e a policia, quando me pedir o Cartão de Cidadão, também vai ter acesso a estes dados todos?"
– "Para já a policia não está equipada com estes terminais. De qualquer forma, também não há cruzamento de dados.", responde a D. Célia.
"Hã!?", pensei eu, "Aqui já não tenho mais nada a fazer, o melhor é arrumar as coisas e ir embora". Fiquei espantado com a bondade da senhora funcionária pública. Ela, que está sujeita ao Big Brother do Estado [vejam bem: tentei linkar aqui o SIADAP – www.siadap.gov.pt – e o meu Firefox avisa-me que não é uma ligação segura e fiável: (Código de erro: sec_error_unknown_issuer)], acredita que não haja cruzamento de dados, quando ela própria me disse que se eu for um cidadão contumaz, ou com dívidas à Segurança Social, ou com dívidas às Finanças, o sistema informática da Direcção Geral de Registos e Notariado não me deixa tirar o Cartão do Cidadão!...

Eu gostava mais do tempo do antigamente [calma, nada de reaccionarismos ou revisionismos], quando os cidadãos eram considerados bons e tinha que ser o Estado a fazer prova que os cidadãos era maus. Agora é ao contrário, os cidadão são maus e têm que ser eles a provar que são bons: têm que ter um cadastro imaculado: nada de manifestações, nada de sindicalizações, sem multas, sem reclamações, sem opinião. Vamos bem assim, pelo menos não tive que urinar para um copo! Enquanto houver electricidade...

Está caladinho, senão levas no focinho! Enquanto isso espero pelos códigos em casa, para depois ir levantar e activar o Cartão do Cidadão. Adeus BI, olá CC.



[ouvindo helter skelter, the beatles, the beatles (white album), 1968]

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Liberdade, Liberdade, volta! Estás a deixar saudade!

Ma que pasa com questa web qui quero libre? Mas o que é que se passa com esta net que está a transformar os espaços de liberdade em espaços privados e fechados? Em ilhas de acesso restrito, do tipo “menina não entra”?



Dir-me-ão: “a tua liberdade acaba quando começa a dos outros” e que mesmo assim, a coberto do anonimato, posso sempre dizer uns impropérios que não vem ninguém chatear. Pois! Mas a questão é diferente: a minha liberdade acaba quando as grandes empresas, as multinacionais multimarcas, as corporações e as instituições assim o entenderem! Porque são elas que fazem as regras económicas por onde nos movemos e que nos dizem por onde podemos e devemos caminhar.



Compro um disco, mas só o posso ouvir em casa! Não posso fazer uma cópia para ouvir no carro ou no ipod (entenda-se ipod como dispositivo de uso pessoal sem marca definida), porque é proibido! Nem sequer posso trocar músicas com o meu amigo, nem sequer posso emprestar o disco.



Se estiver em casa a ouvir música alto, estou a cometer um crime, não porque alguém se tenha queixado do ruído, mas porque as pessoas que passam na rua podem ouvir a música e isso é proibido!



Lamento que espaços de liberdade pessoal tenham desaparecido da blogosfera. Alguns por cansaço, por iniciativa pessoal, outros por perseguição. Mas se calhar estou a ficar antiquado, pois o ciclo de vida na blogosfera é muito curto.



[eu gostava da erudição o Mr. Infinite Fool (agora só com acesso reservado), mas quando ele iniciou uma campanha irónica, apelando ao voto em si próprio para presidente do Estados Unidos da América, caíram-lhe todos em cima e ele teve que fechar a casa. Passou à clandestinidade. Ainda antes o Orgy in Rhythm manifestou-se cansado e fechou o tasco. Voltou agora, óptimo! Deixou uma legião de fãs e seguidores, que lhe pediam postais emprestados, como o Ile Oxuma. Agora foi o Reza que desapareceu sem deixar rasto. Eu não acompanhei os últimos momentos de vida, mas cheira-me a perseguição, conforme o manifesto que lá deixou. Muitos outros desapareceram; só espero que muitos mais apareçam: ... ... ...]



[Entretanto apareceu um projecto interessante baseado nisto: http://en.wikipedia.org/wiki/1001_Albums_You_Must_Hear_Before_You_Die: A possibilidade de ouvir os 1001 albuns! (em http://www.radio3net.ro/1001/) Também vale a pena dar uma vista de olhos em http://1001albums.blogspot.com/ e http://1001albuns.blogspot.com/]

Fontes: http://www.bocalivre.org/index.php?id=1&msg_cod=159

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Quem é que espirrou? Ai, que apanhei uma pneumonia!

Mais uma conta para pagar

Descubro pelos jornais o que, com boas e históricas razões, já sabia: sou eu (isto é, você, leitor) quem vai pagar os milhares de milhões de dólares de dívidas que levaram o banco Lehman Brothers (LB) à falência.

A acrescer à factura que já nos estava (a mim e a si, leitor) a ser cobrada pelo também americano colapso do crédito hipotecário de alto risco ("subprime", dizem eles) e às que iremos pagar a seguir pela cascata de falências financeiras que, depois da do LB, aí virão. A beleza do capitalismo especulativo na sua versão selvagem e neoliberal é que, quando um especulador global espirra, nós, os mal agasalhados, apanhamos uma pneumonia. E quando, como eles também dizem, "a economia real arrefece" nós é que tiritamos de frio. Parafraseando o Papa, "o amor (deles) ao dinheiro é a raiz de todos os (nossos) males". Fosse eu dado a coisas "new age" e veria nesta tumultuosa espécie de neo-Grande Depressão uma mão astral. Não é que, algures além-túmulo (e, pelos vistos, aquém-túmulo) os maléficos utopistas Marx e Engels estão nesta altura a comemorar os 160 anos do Manifesto Comunista?

[Manuel António Pina no Jornal de Notícias, 17 de Setembro de 2008]

[ouvindo shove it right in, frank zappa, 200 motels, 1971]

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Site Meter sucks!

Site Meter sucks! Pensava eu ontem, já à procura de um novo contador de páginas. Migrei as minhas contas para o novo site meter e o resultado foi miserável. Era complicado de perceber o tráfego e nem sequer mantinha as mesmas funcionalidades que deram fama e proveito ao site meter. Mas eis senão quando: tudo voltou à forma original! Parece que receberam tantas queixas em tão pouco espaço de tempo que desistiram da nova apresentação. Pois eu estou muito bem assim, antiquado mas muito prático. Já agora, o principal candidato para o lugar do site meter era o google analytics.

É património? Botabaixo!

Maria Keil


Esta senhora bonita é a nossa amiga Maria Keil, artista plástica.
Em 1941, via-se a si própria desta maneira.


Maria Keil (gosta que a tratem apenas por Maria) nasceu na cidade de Silves, em 1914. Partilhou a maior parte da sua vida com o arquitecto Francisco Keil do Amaral, com quem se casou, muito jovem, em 1933.

De lá para cá fez milhares de coisas, sobretudo ilustrações, que se podem encontrar em revistas como a “Seara Nova”, livros para adultos e “toneladas” de livros infantis, os de Matilde Rosa Araújo, por exemplo, são em grande quantidade. Está quase a chegar aos 100 anos de idade de uma vida cheia, que nos primeiros tempos teve alguns “sobressaltos”, umas proibições de quadros aqui, uma prisão pela PIDE, ali... as coisas normais para um certo “tipo de pessoas” no tempo do fascismo.

Para esta “história”, no entanto, o que me interessa são os seus azulejos. São aos milhares, em painéis monumentais, espalhados por variadíssimos locais. Uma das maiores contribuições de Maria Keil para a azulejaria lisboeta, foi exactamente para o Metropolitano de Lisboa. Para fugir ao figurativo, que não era o desejado pelos arquitectos do Metro, a Maria Keil partiu para o apuramento das formas geométricas que conseguiram, pelo uso da cor e génio da artista, quebrar a monotonia cinzenta das galerias de cimento armado das primeiras 19, sim, dezanove estações de Metropolitano. Como o marido estava ligado aos trabalhos de arquitectura das estações e conhecendo a fatal “falta de verba” que se fazia sentir, o Metro lá teve de pagar os azulejos, em grande parte fabricados na famosa fábrica de cerâmica “Viúva Lamego”, mas o trabalho insano da criação e pintura dos painéis... ficou de borla. Exactamente! Maria Keil decidiu oferecer o seu enorme trabalho à cidade de Lisboa e ao seu “jovem” Metropolitano.

Estes pormenores das estações do “Intendente” (1966) e “Restauradores” (1959), são bons exemplos.


Parêntesis: Qualquer alteração na “Gare do Oriente” do Arq. Calatrava, ou nas Torres das Amoreiras, do Arq. Tomás Taveira, só a título de exemplo, têm de ser encomendadas ao arquitecto que as fez e mesmo assim, ele pode recusar-se a alterar a sua obra original. Se os donos da obra avançarem para a alteração sem o acordo do autor, podem ter por garantido um belo processo em tribunal, que acabará numa “salgada” indemnização ao autor.

Finalmente, a história! Recentemente a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à autora dos ditos. Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e “compreender” a tristeza da artista.

A parte “realmente boa” desta (já longa) história é que ao contrário de quase todos os arquitectos, engenheiros, escultores, pintores e quem quer que seja que veja uma sua obra pública alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização.

Perguntam vocês “porquê, Samuel?” e eu tão aparvalhado como vós, “Porque na Metro de Lisboa há juristas muito bons, que descobriram não ser obrigatório pedir nada, nem indemnizar a autora, de forma nenhuma... exactamente porque ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra!!!

Este país, por vezes consegue ser “ainda mais extraordinário” do que que é o seu costume! Ou não?

[mensagem enviada pelo Acácio Barradas através do José Luiz Fernandes]

[ouvindo dolphins, beth orton + terry callier, best bit ep, 1998]

sábado, 13 de setembro de 2008

Desisto, vou ver um DVD!

À atenção do Provedor da RTP, direcção e administração da RTP


Como é costume, o serviço público de televisão, cujo passivo é pago pelas famílias portuguesas através de uma taxa paga na conta da electricidade, continua a subverter todas as regras do bom senso jornalístico e a potenciar toda a falta de seriedade e meias verdades junto dos utentes deste serviço.


O Jornal da Noite de hoje, dirigido pela inenarrável Judite de Sousa, abriu às 20h00 com cinco minutos dedicados à entrega da bota de ouro ao atleta Cristiano Ronaldo, no valor de 150 mil euros. Assunto de relevância nacional? Não me parece. Este exemplo para todas as crianças a nível mundial e que muito aprecio dentro dos relvados, não chega a ter o 9.º ano de escolaridade e tem nítidas dificuldades de expressão em português e inglês. A segunda notícia era precisamente o primeiro-ministro a regozijar-se pelos bons resultados alcançados pelos alunos portugueses nos últimos exames nacionais!


Nessa peça sobre o futebolista – que teve um directo com a mãe de Cristiano Ronaldo às 20h13 –, a inenarrável Judite de Sousa referiu-se sempre a um hotel do Funchal onde decorria a cerimónia, sem nunca dizer o nome, mas já não teve problemas em dizer que o patrocinador do evento era o Banif – Banco Internacional do Funchal. Terá conta lá?


E já agora, como utente e pagante, aconselho os jornalistas da RTP a recorrem a outras fontes de informação, que não só as agências de notícias norte-americanas, para noticiar com seriedade e isenção o que se está a passar na Bolívia, anunciado como o princípio de uma guerra civil. A pivot do telejornal apresentou a situação na Bolívia no sumário do telejornal, lançou outro flash a seguir à primeira notícia sobre o Cristiano Ronaldo e depois lançou, em terceiro lugar no alinhamento, a notícia da Bolívia que não demorou mais que um minuto! Porquê tanto alarido se a notícia era tão pequena e não mostrava sequer o presidente Evo Morales, mas os seus opositores?


(Às 20h35 o mesmo telejornal dava a notícia que avançámos aqui há pouco: o Rap do Acelerador de Partículas! Mas a notícia só dizia que o vídeo do You Tube foi visitado por milhares de pessoas e não se sabia se a jovem cientista que o fez ia ter uma promissora carreira na ciência ou no rap… Bem, eu agora acrescento que apesar da brincadeira, foi uma das melhores explicações que vi e ouvi sobre o trabalho que se faz há alguns anos no CERN e na área da Física.)


Senhor provedor da RTP, senhores directores e administradores da RTP: desisto de ver o telejornal às 20h35. Para mim, meia hora de notícias na televisão é o suficiente. Ainda por cima vem aí mais Cristiano Ronaldo e Madonna, a febre da Madonna. Desisto, vou ver um DVD!


[ouvindo a nova-brigada-dos-coronéis-de-lápis-azul, fausto, a ópera mágica do cantor maldito, 2003]


Azul era a cor que os censores do regime político português, entre 1926 e 1974, utilizavam para avaliar e riscar aquilo que podia ser lido, visto, ouvido e apreciado.

Os capitalistas comunistas!

Leituras: Paulo Querido no seu Certamente que sim!

Afinal o mundo ainda não acabou, pois não?



[obrigado ao irreal tv]

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Os negócios da Saúde em Portugal

Boaventura Sousa Santos sobre a Saúde em Portugal
(via Agência Carta Maior)

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3967

[ouvindo they were insane, lounge lizards, big heart (live in tokyo), 1986]

Patrões da Imprensa em Moçambique

Os patrões da imprensa portuguesa vão passear a Moçambique. A API realiza em Maputo o seu 12.º Congresso, subordinado ao tema "A Lusofonia e o Desporto", entre os dias 13 e 14 e Setembro. O congresso inclui ainda uma vista à Africa do Sul para visitar as obras de preparação para o Mundial de Futebol de 2010. Do painel de conferencistas – que será inaugurado pelo presidente moçambicano Armando Guebuza – fazem parte eminentes políticos e empresários como António Almeida Santos (presidente de honra do congresso), Augusto Santos Silva, que é o ministro português dos assuntos para a Comunicação Social, José Luis Arnault, antigo ministro do PSD, e o José Manuel Barroso, presidente do conselho de administração da Lusa, agência de notícias do Estado Português.

Um alerta aos jornalistas precários que trabalham para os patrões da imprensa portuguesa: vocês também podem ir ao congresso, a viagem, com estadia incluída, custa a módica quantia de 1650 euros por pessoa que podem ser pagos em 12 prestações de 146,28 euros por mês. As inscrições devem ser feitas na Mundicor, que é a agência de viagens oficial dos congressistas.

[ouvindo style it takes, john cale, live, 2007]

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Morreu o Joaquim Castro Caldas, viva o Joaquim Castro Caldas

 

[Atualização 2/jan/2022]: O registo acima está publicado na conta Youtube do Rui Spranger, o mais do que digno sucessor de Joaquim Castro Caldas nas noites de poesia do Pinguim Café, no Porto. Refere-se ao tema "Maria" pelo grupo "Le Partisan", gravado ao vivo no Teatro da Vilarinha, no Porto, em 2007. "Maria" é um poema de Joaquim Castro Caldas. Como não incluíramos em tempo uma foto referente ao homenageado, aqui fica a sua imagem e uma ligação para outra referência a JCC no Meios de Produção.

Joaquim Castro Caldas, foto sem data e assinatura (DR), via publico.pt