quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Capitulo II (ou III ou IV ou V ou VI ou VII ou...)

Era uma vez um banco que não gostava de pequenos aforradores. Nem pequenos investidores. Ou pequenos depositantes. Era um banco que não gostava dos pequenos. O banco era pequeno, chamava-se BPP, mas só gostava dos grandes. Grandes negócios, grandes depositantes, grandes investidores. Era um banco que se especializou em gerir as grandes fortunas dos grandes magnatas.

(foto da RTP)

Mas um dia, um dia frio e chuvoso, descobriu-se que o banco estava falido. O banco tinha andado a investir as grandes fortunas dos grandes magnatas em fundos de investimento no estrangeiro que prometiam grandes lucros. Durante algum tempo, as grandes fortunas dos grandes magnatas ficaram ainda maiores. Mas depois descobriu-se que os fundos de investimento no estrangeiro não valiam nada, eram baseados em especulações de especulações; e quando alguém quisesse realizar o dinheiro desses fundos, não tinha nada porque eles já não valiam nada.

(o pequeno banqueiro das grandes fortunas, foto da Lusa)

Os grandes accionistas do pequeno banco das grandes fortunas, que já estavam a perder as grandes fortunas, juntaram-se e foram bater à porta do Governo do PS. Disseram ao Governo do PS que se não os ajudasse, não poderiam contribuir para a campanha eleitoral dali a alguns meses. O Governo do PS, assustado, tratou logo de resolver o problema. Juntou os outros bancos, os bancos normais, das fortunas médias, das fortunas pequenas e dos pequenos ordenados, e disse-lhes para ajudarem o pequeno banco das grandes fortunas.

Os bancos normais disseram que sim, mas queriam mais. Era preciso que o Governo do PS pegasse no dinheiro público, no dinheiro do povo e dos pobres que pagam grandes impostos, e o injectasse no pequeno banco das grandes fortunas. Era a única forma dos bancos normais ajudarem o pequeno banco das grandes fortunas. E o Governo do PS assim fez, pegou no dinheiro dos pequenos e do povo que paga grandes impostos, e meteu-o no pequeno banco das grandes fortunas. O pequeno banco das grandes fortunas foi salvo da falência e continuou a gerir o dinheiro dos grandes magnatas.

("porreiro, pá!", disponível em qualquer blog de referência)

Moral da história: Se fores rico e tiveres problemas, vai bater à porta do Governo do PS que eles ajudam; se fores pobre e tiveres problemas, faz tudo o que puderes, qualquer coisa, para seres rico.

[Alô, Alô Brasil: aquele abraço: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15410&boletim_id=497&componente_id=8695]

[O que é que o Fernando Pessoa tem a ver com isto?: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/239e014cc8fb46f899494c.html]

[Importa-se de repetir senhor Chomski? É que alguém pode não ter percebido: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15292&alterarHomeAtual=1]


[ouvindo politicar, tom zé, defeito de fabricação, 1998]

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