sábado, 20 de abril de 2024

50 anos/50 livros – 25 de Abril 1974/2024 - Cinema (vii)

 Cinema

 

Muita coisa mudou no cinema português com a instauração do regime democrático. Desde logo o acesso aos filmes que o regime do Estado Novo proibiu. Entraram nas salas de cinema muito bons filmes, de autores consagrados, mas também muita porcaria. "Toda a nudez será castigada": começaram então a aparecer as "pornochanchadas" com enorme sucesso de público. O cinema português teve um novo fôlego, depois do sucesso do Cinema Novo, mas a qualidade daquilo que se contava nem sempre era a melhor. Podemos, no entanto, afirmar que o cinema português também viveu a sua revolução.



GEADA, Eduardo – O imperialismo e o fascismo no cinema. Lisboa: Moraes Editores, maio de 1977. Colecção Temas & Problemas, série: Teatro/Cinema. Tiragem: 3000 exemplares.

 

Eduardo Geada é um realizador português, crítico,  professor universitário e ensaísta. Em O imperialismo e o fascismo no cinema apresenta uma visão talvez pouco comum para época que era a interpretação da indústria americana do cinema como uma forma de império cultural sobre a cultura dos outros países "ocidentalizados". Isto hoje é um dado assente, uma evidência, ainda que 99% dos espectadores de cinema (e filmes online) não percebam que estão a ser aculturados por uma visão americanizada da sociedade. O livro de Eduardo Geada apresenta três importantes capítulos referente à 2.ª parte da obra: Cap. V – O cinema durante o fascismo; Cap. VI – A distribuição e a exibição; e Cap. VII – Abril e a revolução desejada. Estando já algo datada, é uma obra importante, com dados únicos sobre a distribuição cinematográfica. Apresenta, por exemplo, as razões por que o regime político do Estado Novo entendeu que, em Portugal, os filmes estrangeiros deveriam ser legendados e não dobrados, ao contrário da política adotada em Espanha e Itália.

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