Quis escrever sobre as músicas portuguesas que me ficaram no ouvido em 2010. Depois fiquei sem tempo e não pude escrever. Mas continuam grandes músicas, mesmo para este início de Verão de 2011. São elas:
Os golpes
Os Golpes são uma banda citadina a lembrar o Ribatejo, ou uma banda da cidade a lembrar o campo. Visualmente. São os genuínos descendentes dos Heróis do Mar, o grupo do Pedro Aires Magalhães (e Rui Pregal da Cunha) nos miseráveis anos 80. Já agora, não percebi se Os Golpes são de esquerda ou de direita, ou se não são nada disso! Mas parecem pop genuína!
Orelha Negra
Parece-me que esta música já andava a correr no fim de 2009, mas explodiu na rádio, sobretudo no serviço público, em 2010, mantendo quase uma rotina em 2011. Surge como um daqueles momentos de energia vital que nos predispõe a continuar o dia sem mandar encontrões em ninguém. Orelha Negra é um projecto só de canções, ou temas unitários, com uma forte componente visual, aliás, muito apurada. Estão a oferecer uma compilação dos seus temas unitários, em formato de álbum, com capa e tudo, a “Orelha Negra Mixtape”, que pode ser encontrada AQUI.
B. Fachada
B. Fachada é um campeão. Lança-nos constantemente na expectativa de saber como será o próximo álbum. O álbum de 2010 (o primeiro, “Há Festa na Moradia”, o outro chama-se “É pra meninos”, também muito bom) – mostrando a evidência da falta de uma boa produção –, é obra de um grande compositor. Claro que quem produz música como o B. Fachada não tem tempo para cuidar do visual, por isso não há vídeos, só gravações pirata. "Há Festa na Moradia" pode ser encontrado AQUI, no myspace do autor.
Virgem Suta
Gosto dela pá, não só por vir do interior alentejano, como pela música arrojada que faz! Apesar da alegria contagiante, tenho que pautar para perceber o pop esfuziante que da Virgem Suta brota, pá! Chegou em 2009, explodiu em 2010, continua a andar em 2011.
António Zambujo
Para mim o grande nome de 2010, ano em que António Zambujo lançou um álbum magnífico chamado “Guia”. A verdade é que não conhecia Zambujo, talvez por ser cantor enredado nesse nacional-cancionetismo chamado Fado, que tem produzido cantores medianos mas muito vistos@s, qual último reduto da indústria portuguesa de produtores musicais. Caetano Veloso, que o viu no Rio de Janeiro na primeira fila, não se cansou de o elogiar; Zambujo vai coleccionando fãs por todos os países desenvolvidos onde tem actuado, cantando duetos com nomes consagrados, exibindo as suas apaixonadas interpretações. A primeira vez que o ouvi, por acaso, na rádio de serviço público, fiquei espantado com a imensa qualidade e originalidade que jorrava da aparelhagem sonora e que me colava aos lábios um longo sorriso de satisfação.
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