Quando ouvi este tema pela primeira vez era puto e não gostava de fado. Ainda hoje não aprecio muito a "canção nacional" (aprecie-se a ironia!). Mas, depois, mais tarde, bem mais tarde, quando tomei conta dos discos da família ouvi de novo este tema, "Por morrer uma andorinha". E fiquei rendido! É preciso explicar o seguinte: esta versão que me tolheu é de 1970, editada em 1973, e tem uma orquestração fabulosa, um naipe de cordas que obrigam a puxar pela entoação, o que torna a canção mais lenta, mais pausada, com várias nuances. Diga-se que não serão todos os intérpretes capazes de cantar como Carlos do Carmo e, por isso, a sustentar uma versão tão arrastada. Continuo a gostar muito de "Por morrer uma andorinha". Carlos do Carmo deixa saudades, embora não aprecie fado, nem propriamente a figura pública, o intérprete. Carlos do Carmo sempre fez parte da paisagem cultural. E quando acaba, isso nota-se.
A Universal, que deve ser a editora detentora dos direitos de edição da obra de Carlos do Carmo, anda a colocar no YouTube, desde há alguns anos, temas emblemáticos do intérprete, ilustradas com as capas dos discos, LP e singles.
Deixo outras versões de "Por morrer uma andorinha":
estas, de 1978, aparentemente iguais mas em discos diferentes, um fado típico, com duas guitarras em dueto (uma delas de António Chainho, por sinal), uma viola e uma viola baixo, mais rápida;
E esta, de 2013, um dueto com Camané, cantado de forma bem diferente, também com uma orquestração bem diferente, apesar do som convencional guitarra-viola. Um encontro de gerações.
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