Wolinski era irreverente, escatológico, satírico. Era um
cartoonista. Tinha 80 anos e era cartoonista. Representava a liberdade de
expressão que caracteriza as sociedades avançadas, as sociedades democráticas.
As sociedades que permitem que se viva em liberdade, que se viva a liberdade
individual, a liberdade de pensar, dizer, escrever e desenhar o que se quiser.
Wolinski vivia em liberdade, liberdade pela qual lutou desde o Maio de 1968.
Wolinski vivia num país democrático e livre, um país onde até os fanáticos se
escondem à sombra da liberdade.
Celebremos a liberdade. Celebremos a liberdade de expressão. Envergonhemos os fanáticos. Demos educação e liberdade aos seus filhos. Lutemos contras as diferenças, as diferenças económicas, as diferenças intelectuais, as diferenças culturais. Lutemos contra a indiferença. Façamos cartoons, cartoons satíricos, cartoons eróticos, cartoons escatológicos e mostremo-los aos fanáticos. Satirizemos os fanáticos!
Viva a liberdade!
Em memória também de Cabu (1938-2015), Charb (1967-2015) e
Tignous (1957-2015) e todos os que foram assassinados hoje em Paris, no
ataque ao Charlie Hebdo.
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