quinta-feira, 1 de maio de 2008

reflexões sobre a treta [actualização 9 de maio de 2019]

Post Scriptum 09 Maio 219: 
A escrita digital, o hipertexto, é uma merda. Só dura... 5 minutos! A sua duração, os links para outras notícias, para outras fontes, podem desaparecer ao fim de cinco minutos, cinco dias, cinco meses, cinco anos... O normal é durarem cinco minutos e depois ligam-se ao vazio! Esta reflexão aqui em baixo deixou de fazer sentido... Só fazia sentido se os links estivessem activos... Trata-se de uma reflexão sobre o desprezo a que os jornalistas da cidade do Porto votavam o jornal diário O Primeiro de Janeiro e os seus jornalistas. Não se sabe bem porquê, até porque a maior dos editores da concorrência vinham de lá. Na época deste texto muitos maus jornalistas copiavam os trabalhos dos jornalistas do Janeiro e apresentavam-nos como seus. É sobre isto que este texto fala. Já se sabia que as "linkagens" era uma coisa efémera, mas era preciso experimentar. E o Meios de Produção [link durável, enquanto a google deixar] fez coisas engraçadas com isso. Mas agora é tudo efémero, até a memória. 

texto segue com algumas actualizações e sem links


A credibilidade dos órgãos de comunicação e da sua informação deixa muito a desejar.

Em Portugal há milhares centenas de jornais, entre diários, semanários, quinzenários ou mensais. Algumas centenas dezenas de rádios, regionais e nacionais, entre estas três canais de serviço público; e mais quatro canais de televisão em sinal aberto, entre eles dois do Estado, também de serviço público.

Entre os milhares centenas de jornais, quatro ou cinco são considerados de referência, isto é, o que eles dizem é credível. O panorama é semelhante nas rádios, sendo que alguma são rádios de noticias.

A credibilidade das televisões já se mede de forma diferente, é o poder da imagem e da cor. Um dos canais de serviço público, generalista, é igual a outros dois, privados. Os dois momentos mais importantes na informação estão nos noticiários das 13h00 e das 20h00. Um quarto canal, de serviço público, está gradualmente em extinção: repete o noticiário do outro, às 22h00, e só passa séries e filmes repetidos. Há ainda uma agência de notícias, que também pertence ao Estado, que agora não é para aqui chamada (é preciso conhecer o seu envolvimento neste caso).

Vem isto a propósito desta [sem link] notícia. Saiu, em primeira mão, num jornal diário actualmente de cariz regionalista, mas que conta com 130 anos de história. A notícia em si é alarmante: uma esquadra de polícia fechada porque dois dos seus agentes estão internados com tuberculose [link correcto], uma doença mortal altamente contagiosa. E de comunicação obrigatória às autoridades nacionais se detectada por médicos. Aponta para outras questões, como a falta de condições das esquadras de polícia em Portugal ou para o estilo de vida de alguns dos polícias, que têm ordenados tão baixos, que se vêem obrigados a dividir-se por dois ou mais empregos para alimentar as suas famílias.

Esta notícia teve hoje dimensão nacional, mas não por causa do jornal [O Primeiro de Janeiro - sem link] que a publicou. Às 11h00 esta rádio [link para TSF mas sem notícia] estava a dar a notícia [link para a TSF mas sem notícia] como sua, a partir de fonte sindical. Às 13h00 estes dois canais [links a funcionar para TVI e RTP] de televisão também davam a notícia como sua. Às 20h00 todos os canais de televisão também davam a notícia como sua.

Rapinagem de notícias? Não senhor! A mesma rádio [TSF link a funcionar] que pegou na noticia da tuberculose, às 11h00, também dava
esta [TSF, sem link para a notícia] notícia e dizia onde [DN Sapo, sem link para a notícia] é que a tinha lido! Os canais de televisão, às 13h00 e às 20h00, também todos deram a mesma notícia e todos disseram onde [DN Sapo, sem link para a notícia] é que a tinham lido.


Que credibilidade tem um órgão de informação que cita uma fonte e não cita outras? Um consumidor de informação que só lê um jornal, que só ouve uma rádio e só vê uma televisão deve dar-lhe toda a credibilidade (ainda que esse jornal, essa rádio e essa televisão sejam do mesmo grupo económico. Isto é outro assunto - soon here). Mas se o consumidor ouvir várias rádios, ler vários jornais e ver várias televisões, pode aperceber-se do truque das credibilidades.

A credibilidade de um órgão de informação, quem a faz são as pessoas, os jornalistas, os agentes da informação. Afinal, se um jornalista só dá credibilidade a um órgão e não a outro é porque é um fraco jornalista ou é porque só cita noticias do seu próprio grupo económico e é um medíocre jornalista.

E no entanto, nada disto é importante para o consumidor ou detractor da notícia.

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