segunda-feira, 30 de abril de 2012

1.º de Maio de 2012

Sindicato dos Jornalistas saúda o 1.º de Maio, festa da resistência à ofensiva contra os direitos dos trabalhadores
Foto: Sindicato dos Jornalistas
1. Os jornalistas, como todos os trabalhadores, festejam amanhã o 1.º de Maio, data de importante significado para os trabalhadores de todo o Mundo, símbolo da luta universal pelo direito ao trabalho com dignidade e com direitos, pela justa distribuição da riqueza e contra as perseguições a todos quantos – trabalhadores, dirigentes, delegados e activistas sindicais – lutam nas empresas e nas suas organizações pelo efectivo respeito por esses direitos.
 
2. O 1.º de Maio comemora a luta dos trabalhadores de Chicago em 1886, que em dia de grave geral nos Estados Unidos pelas oito horas de trabalho diárias fizeram uma grande manifestação, violentamente reprimida. Hoje, quando está em vias de aprovação um brutal aumento da carga de trabalho e um grande retrocesso nas condições de trabalho, justifica-se ainda mais a comemoração do 1.º de Maio como dia de luta por condições de trabalho e de vida mais dignas, contra o retrocesso laboral.
 
3. Ao saudar o 1.º de Maio de 2012, o Sindicato dos Jornalistas tem bem presente que esta jornada ocorre num contexto de condições cada vez mais duras para os jornalistas, para outros trabalhadores do sector da comunicação social, e para os trabalhadores em geral, atingidos por violentas medidas de austeridade que estão a destruir a economia nacional, a agravar o desemprego, a aprofundar as desigualdades sociais, a empobrecer milhares e milhares de portugueses, a diminuir drasticamente a protecção social no desemprego, na doença e na velhice, a desmantelar os serviços públicos, a destruir a esperança de um país progressivo e solidário.
 
4. No sector da comunicação social, e em particular nas Redacções, os jornalistas sentem cada vez mais os efeitos de uma violenta ofensiva contra os seus direitos – e sobretudo o direito ao emprego – , à boleia de uma crise que também afecta as empresas jornalísticas mas que não pode ser desculpa para más práticas, nem pretexto para despedimentos.
 
5. É aliás nas épocas de crise que os jornais, as rádios e as televisões têm oportunidade de mostrar o seu papel e a sua importância na vida dos cidadãos, das empresas e das instituições papel que não é possível concretizar com redacções cada vez mais pequenas e amputadas de quadros com memória, experiência e espírito crítico.
 
6. Com efeito, tem vindo a agravar-se de forma muito severa o desemprego de jornalistas, com o emagrecimento forçado das redacções à força de despedimentos colectivos ou de acordos de rescisão dos contratos, ditos de mútuo acordo mas tratando-se na verdade de acordos musculados e com base na chantagem da iminência de novas e mais gravosas alterações às leis laborais.
 
7. Festa de celebração de conquistas dos trabalhadores já seculares, mas também de resistência organizada aos retrocessos que nos têm vindo a impor, o 1.º de Maio é uma celebração solidária, na qual todos os trabalhadores são convocados a proclamar bem alto que a transformação social é possível e na qual também os jornalistas são chamados a participar.
 
8. Assim, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas exorta todos os camaradas a juntarem se a essa festa de solidariedade, de combate e de resistência, apelando para que, animados desse espírito fraterno que deve unir todos os trabalhadores, participem nas celebrações do 1.º de Maio, juntando-se amanhã às iniciativas que o Movimento Sindical está a organizar em todo o país, em especial nas capitais de distrito.

Viva o 1.º de Maio!


Lisboa, 30 de Abril de 2012


A Direcção